terça-feira, 20 de maio de 2008

Explicação do Negócio da Agel - parte II

A rede de associados e o seu modo de expansão.

A Agel utiliza um modelo de MLM conhecido por plano binário para colocação de novos membros na rede (outra empresa que utiliza este plano é, por exemplo, a USANA, que não tem presença cá em Portugal).

Isto significa que a cada novo membro que entra na rede, e que é recrutado por outro membro já pertencente, é dada a possibilidade de recrutar novos membros para colocar por baixo de si, à direita ou à esquerda, naquilo que são chamadas de “pernas”. Significa também que, no nível hierárquico imediatamente a seguir a cada centro de negócios, apenas pode haver um máximo de dois membros, um à esquerda e outro à direita. Significa ainda que por cada nível hierárquico totalmente preenchido a quantidade de centros de negócio duplica em relação ao nível acima.

Um exemplo esquematizado servirá melhor o propósito de mostrar como as coisas se passam na realidade. Vamos supor que, em determinada altura, o Bruno aceita entrar na rede da Agel. A imagem 1 mostra como se expande um plano binário, com cada membro a dispor os restantes segundo níveis hierárquico e pernas laterais. O 2º nível duplica a quantidade de membros do 1º, o 3º do 2º, e por aí adiante. O Bruno é recrutado por alguém que já é membro, mas ignora quantos níveis e quantas pessoas há acima de si. O seu objectivo primário, agora que faz parte da rede, é recrutar outras pessoas, construir por baixo de si uma equipa que lhe pague os custos de investimento e manutenção. Tal como ele está a contribuir para pagar os custos dos que lhe estão acima (a verde).


O Bruno, quando entra na rede com um centro de negócios, “adquire” a possibilidade de expandir a equipe colocando pessoas na perna esquerda e na perna direita (imagem 2).

O Bruno recruta a Ana e coloca-a na perna direita (imagem 3.). Depois recruta o José e coloca-o na perna esquerda (imagem 4).


O Bruno recruta o Pedro (imagem 5). Escolheu um de entre quatro possíveis locais para o colocar, na perna esquerda do José. Também o poderia ter colocado na perna direita do José, ou na perna esquerda da Ana, ou ainda na perna direita da Ana. Não faria qualquer diferença. Como o plano é binário, o Bruno não pôde colocar o Pedro imediatamente por baixo de si, embora o patrocine/recrute directamente (imagem 5b). Há uma excepção a esta regra, contudo, na opção "pacote executivo", mas para já, e porque as minhas certezas quanto ao modo funcionamento efectivo dessa opção são iguais a zero, o que interessa saber é o que está no gráfico. Mais tarde explicarei as nuances relativas aos "centros de negócio" (no "pacote básico", o mais barato, um membro tem direito a inscrever na rede um centro de negócios, enquanto que no "pacote executivo" tem direito a explorar três centros de negócio).


Imagem 6. A Ana recruta o Mário e coloca-o na sua perna direita.


Imagem 7. O Bruno recruta a Maria e coloca-a na perna esquerda da Ana.


Imagem 8. Alguém na hierarquia acima do Bruno recruta o André e coloca-o na perna direita do José.


Imagem 9. Ao final de algum tempo, o Bruno tem 13 pessoas por baixo de si na rede, distribuídas pelas duas pernas, algumas delas recrutadas directamente por ele, outras recrutadas por pessoas que ele colocou na rede, e outras ainda recrutadas por pessoas acima dele na rede. A questão das duas pernas é de extrema importância no planeamento da equipa de determinado membro, uma vez que na Agel, quase todo o sistema de pagamento de comissões e recompensas é deduzido a partir da quantidade de unidades monetárias investidas/injectadas na rede pela perna mais fraca.



Imagem 10. Todas as pessoas que o Bruno tem por cima, e que tenham uma linhagem comum entre si, são chamadas de upline. O upline de um membro na rede é constituído por todas as pessoas que podem receber comissões e recompensas derivadas dos investimentos do Bruno e da equipa do Bruno. Por seu turno, o Bruno pode receber comissões e recompensas derivadas de todas as pessoas que foram colocadas por baixo de si na rede, directa ou indirectamente, e que partilham de uma ligação entre si. É o chamado donwline. Na Agel, sem um donwline volumoso (acima de cerca de 40 membros distribuídos de forma equilibrada pelas duas pernas), ninguém ganha dinheiro suficiente para pagar as depesas – e é essa uma das razões pela qual o sistema é identificável como uma Pirâmide. As vendas a retalho representam uma possibilidade extremamente remota e desconfortável, que ninguém está disposto a utilizar, muito por culpa da “espectacularidade” das recompensas relacionadas com e derivadas do recrutamento de novos membros. As vendas a retalho marcam presença no Plano de Compensações apenas para disfarçar a ilegitimidade do negócio. Na realidade, apenas uma ínfima parte dos membros recorre a esta opção. Ninguém fica rico a vender produtos exorbitantes num sistema a retalho, evidentemente.




A utilização de um plano binário é uma escolha que beneficia o “trabalho de equipa” e potencia a ideia de que todos se ajudam uns aos outros para alcançar um objectivo comum (o de subir acima da “linha de água”, em que o total de receitas se sobrepõe o total de despesas). É um esquema rígido que traz benefícios aparentes sobre outros esquemas utilizados no MLM e nas Vendas em Pirâmide, uma vez que, a partir dos dois membros recrutados com sucesso, um membro é obrigado a colocar mais recrutados não apenas por baixo de si, mas também por baixo de outros membros entretanto colocados na rede, para benefício de todas as partes envolvidas, pelo menos do lado do upline .

Isto tudo parece um jogo, não é? Um jogo original, moderno e divertido, jogado através da Internet através da colocação de pequenas peça-pessoa num tabuleiro electrónico. Um jogo a dinheiro que muitas pessoas jogam para ganhar e perdem miseravelmente, sem que se tenham apercebido sequer das reais hipóteses em cima da mesa. De qualquer forma, o conceito de participação nesta espécie de jogo representa por si só um grande aliciante para a entrada de novos membros na rede. E ainda não falei sequer em dinheiros...

Desta perspectiva, e enquanto não cruzamos estas informações com as formas de cálculo e valores monetários agregados ao modelo, tudo parede um conto de fadas, uma maneira fácil e aliciante de ganhar dinheiro.


Filhos, netos, bisnetos, etc., etc….

Todos os membros recrutados directamente pelo Bruno, independentemente do local onde são colocados na rede, são apelidados de filhos. Na rede Agel, a Ana, o José e a Maria são filhos do Bruno. Por seu turno, todos os membros recrutados directamente pelos filhos do Bruno são seus netos. O Mário é filho da Ana e neto do Bruno. E assim sucessivamente. O André, apesar de estar no downline do Bruno e de estar dois níveis abaixo na hierarquia, não partilha nenhuma “afinidade familiar” com ele, pois foi recrutado por alguém no upline. O André contribuirá para o ganho de algumas recompensas ao Bruno, mas não de todas elas.

Este tipo de terminologia é importante para identificar inequivocamente as posições relativas de cada membro, dados que irão ser utilizados nos cálculos de uma recompensa específica do Plano de Compensações da Agel – o “Bónus de correspondência equilibrado”, também conhecido por “Bónus de alavancagem” - a mais aliciante de todas e a que mais impele ao recrutamento directo de novos membros.

No próximo artigo: Preços e Valores (onde as coisas vão começar a ficar realmente interessantes).


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