domingo, 6 de janeiro de 2008

Pirâmide VS Multinível II

"No hay banda! There is no band. It is all an illusion... " - em Mulholand Dr. de David Lynch


Antes de iniciar a abordagem a que me propus no final do artigo anterior, deixo aqui algumas questões que devem acompanhar a todo o momento, na vossa mente, a leitura do novo artigo.

1) Como podemos saber ao certo, com exactidão, se o modelo de negócio de uma empresa é o Marketing Multinível?

2) Como podemos saber ao certo, com exactidão, se o modelo de negócio de uma empresa é um Esquema em Pirâmide?

3) Que critérios devemos considerar?
a) Devemos olhar para o que a lei diz, mesmo que a lei esteja sujeita a interpretações subjectivas e varie de país para país e de estado para estado?, ou devemos, por outro lado, considerar as explicações avançadas pelo consciente colectivo e pela opinião particular de entendidos no assunto?
b) Devemos, segundo outra perspectiva, olhar para o que as empresas dizem nas propostas que oferecem aos novos membros?, ou devemos analisar o que se passa na prática, no terreno, baseando-nos nos números que a realidade oferece?
c) Devemos considerar como responsável máximo pela aplicação prática de um determinado modelo a empresa que o lança?, ou devemos apontar o dedo às interpretações oportunistas dos membros dessas redes?

4) Será que os dois modelos (Pirâmide e Multinível) são mutuamente exclusivos? Não poderá uma empresa reunir conceitos dos dois modelos no seu modo de operar? Não será errado excluir à partida qualquer um deles por causa de uma suposta prevalência do outro?

5) Deverá a legislação ser a única matéria a considerar quando for altura de pronunciar uma sentença, ou haverá factores que não estão cobertos pela lei e que devem ser também considerados (Honestidade, Ética, Fraudulência, Charlatanismo, Oportunismo, Falsidades, só para citar alguns)

O posicionamento da Agel face aos conceitos de "Vendas Directas", "MMN" e "Vendas em Pirâmide"


1) A Agel e as "Vendas Directas"

Recapitulando: Vendas Directas = "Método de distribuição de bens de consumo através de contactos pessoais (face-a-face) entre vendedor e comprador fora dos locais fixos de comércio."

Face ao que é a atitude adoptada pela Agel quando se inscreveu na DSA ("Direct Sales Association", dos E.U.A., uma entidade que supostamente promove a garantia de honestidade comercial das empresas inscritas), por um lado, e face ao que é texto corrido no contrato que a Agel fornece aos seus membros, por outro, restam poucas ou nenhumas dúvidas que a empresa pretende anunciar o seu modelo de vendas como "Vendas Directas", posicionando a seguir, o modelo de recompensa dos distribuidores como "Marketing Multinível".

De facto, há várias pistas no contrato da Agel que apontam nesta direcção. Vamos ver duas:

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1)

"8.4 A new Team Member’s primary source of business income is derived from selling the products at the suggested retail price. The retail profit is the difference between the Retail Price and the Team Member price of the product, less shipping costs.

(A fonte primária de proveito comercial de um Novo Membro é derivada da venda de produtos ao preço
sugerido de venda a retalho. O lucro do retalho é a diferença entre o preço a retalho e o preço que o Novo membro pagou pelo produto, menos despesas de envio)

8.5 When a retail sale is made, Team Members will provide their customers a complete Retail Sales Receipt and will honor any customer request to cancel the transaction within three (3) business days of the date of purchase, if required by law.

(Quando uma venda a retalho for efectuada, os Membros entregarão aos seus clientes uma factura/recibo completa e honrarão um pedido de cancelamento da transacção se este for feito dentro de um prazo de três dias úteis a contar da data da troca comercial, se tal for exigido por lei.)

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2)

15.11 Retail Outlets. The Company does not permit its products to be sold or displayed in most retail outlets. However, there are exceptions to this policy. Those retail exceptions are, businesses that operate “by appointment only” (i.e. beauty salons, tanning salons, doctors’ or chiropractors’ offices), private clubs (i.e., figure salons and health clubs).

(Lojas de Retalho. A Companhia não permite que os seus produtos sejam vendidos ou dispostos para venda na maior parte das lojas a retalho. Contudo, há excepções a esta política. As excepções são: negócios que operem "apenas por marcação" (i.e. salões de beleza, salões de "bronzear", consultórios médicos ou ???), clubes privados (salões de modelos ou health clubs.)

15.11.1 The following retail outlets are examples of those retail outlets that definitely CANNOT sell the Company products or display literature: health food stores, mall booths, and drug stores.

(Os seguinte tipos de lojas de retalho NÃO PODEM definitivamente vender os produtos da Companhia ou apresentar material promocional acerca dos mesmos: lojas de "saúde alimentar/produtos dietéticos", lojas em centros comercias, e farmácias/locais onde vendam medicamentos)

15.11.2 This policy does not prohibit any retail store owner from being a Team Member for the Company.

(Esta política não proibe que os proprietários de quaisquer lojas possam ser Membros da Companhia)

15.11.3 The purpose of this policy is to protect both Team Members and customers.

(O propósito desta política é proteger tanto os Membros como os Clientes.)

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Será pois legítimo concluir e afirmar que a Agel, entre outras coisas possíveis, é uma rede dedicada à Venda Directa dos seus produtos, ou seja, uma rede em que uma das fontes principais de receita, ou até mesmo a principal, dos seus membros é derivada da troca comercial de produtos por dinheiro com o consumidor final (consumidor final = pessoa NÃO membro da Agel, pela lógica inerente aos conceitos em causa).

Isto é o que está escrito no papel/contrato.

O que se passa na prática é exactamente o contrário: nenhum membro anda especialmente interessado em vender nada a ninguém (a não ser, claro, o próprio negócio, naquilo a que se chama de "recrutamento"), até porque vender packs de pacotes de gel a 75€ é capaz de ser um bocadito lixado . Para reforçar esta ideia, um pouco por todo o lado (em sites de membros, em locais de discussão, e inclusive em apresentações ao vivo feitas por Diamond Directors) parece haver um consenso dos próprios membros quanto a isto: a rede é uma rede de consumo interno! Permite a venda, mas é só porque isso é mais uma forma possível de ganhar dinheiro, porque na prática ninguém a usa (logicamente, ninguém fica rico a vender pacotes de gel a terceiros num sistema de vendas assim).

Para reforçar ainda mais a ideia, há uma coisa chamada "plano de compensações", onde estão enunciadas 8 potenciais fontes de rendimento para os membros da Agel. Ora, 7 dessas 8 possibilidades, logo e de longe as mais interessantes, nada têm que ver com Vendas Directas/a retalho. Ainda por cima, a única forma que de facto permite a Venda Directa é desencorajada pela Agel, ao passar os potenciais clientes interessados a um formato de "cliente preferencial", uma espécie de venda normal entre a Agel e o consumidor final, desvirtuando o sentido todo do conceito em causa.


Conclusão: Aqui há gato. Gato daquele que parece lebre. Ou a Agel anda a mentir à opinião pública em geral e à DSA (lol); ou então são os membros da Agel que andam a tramar o esquema, a pintar a manta, fazendo o exacto contrário àquilo que está estipulado, o que de facto não espanta ninguém, justamente por efeito das 7 salivantes formas alternativas de ganhar dinheiro sem ser a venda.

Que razões terão levado a Agel a aderir a uma associação de Vendas Directas, se depois, no plano de compensações e na realidade comercial do dia-a-dia, apostam tudo no "consumo próprio" dos seus membros? Eu só tenho uma resposta para esta questão: necessidade de ficar bem na fotografia. Duvidam da nossa honestidade? Duvidam da nossa legalidade? Acham que promovemos um esquema em pirâmide? Então olhem para aqui: somos membros da DSA, e segundo os regulamentos da DSA, os membros operam legítimos e éticos negócios de Marketing Multinível. Nenhuma empresa a promover um negócio em pirâmide pode ser nosso membro. É ponto ético bem assente.

(Questão: como será que a DSA faz essa verificação, que pelo que dizem demora um ano? No site não refere...)

Por último, quero salientar que a Agel pode ter conseguido tornar-se membro da DSA, organização Norte Americana que recebe fundos dos dirigentes da Amway, mas cá na Europa ainda não conseguiu juntar-se à FEDSA (a congénere europeia da DSA, embora entidade autónoma) nem a nenhuma Associação de Vendas Directas em nenhum estado comunitário. Estes dados foram-me indicados pela própria FEDSA.


2) A Agel e o Marketing Multinível

Recapitulando: MMN = "Sistema de venda directa de produtos de consumo e serviços, por meio de uma rede de distribuidores individuais independentes, sem estabelecimento, isto é, sem loja onde mostrar os produtos, ao mesmo tempo que vendem aos seus clientes particulares: familiares, vizinhos, amigos. Os canais de venda a retalho que usam distribuidores independentes não só para comprar e vender produtos a retalho, mas também para recrutar novos distribuidores para uma rede em constante crescimento. As comissões e prémios recebidos pelos distribuidores incidem, não só nas suas vendas pessoais (actividade retalhista), mas também nas vendas realizadas por vários níveis de “downlines” na sua rede."

A primeira evidência que podemos salientar, olhando assim à vista desarmada para o plano de compensações da Agel e comparando-o com esta definição de MMN, é de que algo não bate certo: a Agel não premeia o upline com comissões relativas às vendas para fora da rede, premeia-o invés com as comissões derivadas das compras efectuadas por membros da própria rede, o tal auto-consumo de que falam os Agéis. É um facto estranho, que não faz sentido aparente, sobretudo vindo e uma empresa que à partida estará interessada em vender o maior número de produtos ao maior número de consumidores, sejam eles membros ou não membros (penso que todos concordamos neste ponto). Porque não, então, premiar a venda, como diz a definição? Ao premiar a venda, estaria a dar um forte incentivo para que também houvesse uma compra, matando assim dois coelho com um só golpe. Para um membro vender o que quer que fosse, teria necessariamente de comprar. Com uma grande quantidade de membros a venderem os produtos, toda a rede teria ganhos (ainda mais) astronómicos, para além do que os distribuidores no final da pirâmide poderiam de facto ter uma base de suporte e um apoio concreto. É fácil de fazer estas contas - imaginem cada membro a vender três ou quatro caixas com pacotes de gel por mês... imaginem o que o upline ganha à conta dessas acções... (é muito triste mesmo observar a realidade concreta, e ver que ninguém na rede da Agel anda com vontade de vender produtos).
Pelo contrário, ao premiar as compras feitas por membros do donwline, a Agel indica que não se preocupa, na prática, com o que os membros fazem com os produtos. Podem consumir (o destino que considero mais provável), podem oferecer à família e amigos, podem dar como ofertas promocionais para vender o negócio, podem deitar no lixo, e podem até vender a terceiros, se essa for a sua escolha e se legalizarem o acto com os necessários documentos fiscais. A questão é que não há nenhum incentivo às vendas nesta suposta rede de Vendas Directas. Para além disto, a Agel não sabe patavina acerca do volume exacto dessas vendas, mais um aspecto que não tem cabimento para uma empresa de Vendas Directas.

Porquê então esta escolha esquisita? Porquê esta escolha que foge à definição de MMN no seu próprio elemento identificador (as comissões sobre vendas no downline)?

Um explicação bastante simples vêm à superfície sem grande esforço: é uma comodidade para toda a gente. Cobrar comissões à cabeça premeia logo o upline, que não tem de estar à espera da presumível (ou não) venda do downline. Os de cima ganham logo dinheiro à cabeça. Para mais, elimina a ideia de ter de inserir no sistema os dados relativos às vendas e de ter de fazer cálculos improváveis com valores de lucro variáveis por cada distribuidor/acto de venda. Assim, desta forma, fica logo tudo muito mais simplificado e com os valores fixos conhecidos à partida - é 10% sobre cada compra.

Algum problema com esta abordagem? À excepção dos que já foram mencionados anteriormente, não há mais nenhum. Mas continuamos em défice relativamente à definição de MMN no que toca às vendas.

Pensando um pouco melhor, é capaz de haver outra explicação mais lógica, ainda que encoberta, para esta escolha: imaginemos que o produto não é competitivo aos olhos do consumidor final. Imaginemos que efectivamente houve um estudo de mercado e que o mesmo estudo comprovou que ninguém estava interessado em comprar vitaminas ao domicílio. Imaginemos que, com ou sem estudo, a Agel concluiu que o produto era difícil de vender a terceiros. Como resolver este problema? Fácil: vender para dentro da rede e assegurar mercado a partir do crescimento dessa mesma rede, ao abrigo de qualquer concorrência externa. Mais: permitir a que a opção Vendas Directas para fora da rede esteja disponível para os membros, para que o negócio possa ser identificado como tal, possa passar por lícito, embora na prática não o seja.

Mas então, como assegurar as vendas para dentro da rede se o produto não é competitivo? (se não é competitivo para o consumidor final, também não é competitivo para o membro da rede)

Mais uma vez, fácil: incluir uma cláusula no plano de compensações que obriga à compra de produtos em ordem a receber as comissões do downline. É obrigatório na Agel proceder-se a uma compra mínima mensal para se poderem receber este tipo de comissões. Podemos não pagar qualquer "mensalidade" durante três meses consecutivos sem sermos excluídos da rede, mas não recebemos comissões nenhumas durante esse período.

Qual é o problema desta abordagem? Qual é o problema de termos comissões calculadas sobre as compras dos outros + uma obrigatoriedade de efectuarmos nós próprios compras para recebermos essas comissões? Qual é, no fundo, o problema de uma rede de consumo interno? Um e um apenas: é um identificador de um negócio de vendas em pirâmide. É uma rede que não tem sustentáculo para além do infindável recrutamento. Quando não houver mais recrutamento, não há mais dinheiro a entrar, os últimos membros (50% a 90% do total de inscrito, sem contar com desistências pelo caminho/renovação) ficam obrigatoriamente em situação de prejuízo.

Para terminar por completo esta lógica, tenho de falar do terceiro conceito envolvido, que é...

3) A Agel e as Vendas em Pirâmide

Recapitulando: Vendas em Pirâmide, segundo a lei portuguesa (Decreto-Lei n.º 143/2001. de 26 de Abril) = "procedimento que consiste em oferecer ao consumidor determinados bens ou serviços fazendo depender o valor de uma prometida redução do seu preço ou a sua gratuitidade do número de clientes ou do volume de vendas que, por sua vez, aquele consiga obter, directa ou indirectamente, para o fornecedor, vendedor, organizador ou terceiro."

Face a este conceito, como está a Agel em incumprimento da lei?

De duas formas, se não mais ainda:

1º forma - O recrutamento de novos membros.
Quando nos inscrevemos na Agel, temos de pagar um valor mínimo de cerca de 260€ no plano básico (que diz respeito a uma taxa de inscrição e mais à compra de 4 caixa de produtos), e 960€ no plano executivo (16 caixas de produto). Mais tarde, quando recrutamos alguém, ganhamos um bónus chamado "comissão de início rápido", que varia conforme consigamos aliciar um alguém para o plano básico (35€) ou para o plano executivo (200€).

Aos olhos da lei, isto pode ser visto assim:

(A Agel) oferece ao consumidor (nós, como membros da Agel) determinados bens ou serviços (as tais caixas que pagámos com a inscrição) fazendo depender o valor de uma prometida redução do seu preço ou a sua gratuitidade do número de clientes (os novos recrutas) que por sua vez, nós (como membros da Agel) consigamos obter, directa ou indirectamente, para o fornecedor / vendedor / organizador / terceiro (Agel).

As contas relativas à redução de preço/gratuitidade são fáceis de fazer, basta calcular a diferença entre o que pagámos pelos produtos quando fizemos a nossa inscrição e o valor que ganhámos por recrutar novos membros. Por exemplo, se pagámos 260€ pelas compras da inscrição e recrutarmos 2 novos membros plano básico, obtemos uma "redução no preço" das compras (- 260€ + 35€ + 35€ = - 190€); se por acaso tivermos conseguido recrutar 2 novos membros plano executivo, obtemos uma "gratuitidade" e a ainda uma margem de lucro (- 260€ + 200€ + 200€ = + 140€).

Um membro da Agel pode, de facto, viver apenas à custa de uma cadeia infindável de novos membros recrutados, sem nunca ter de efectuar uma única venda para ganhar dinheiro ou pagar o investimento inicial. Isto é a lógica base de um Esquema em Pirâmide, qualquer que ele seja: pagar o investimento através do recrutamento de novos membros; basicamente é passar a bola ao próximo para não sermos nós os lesados.


2ª forma - A obrigatoriedade de fazer compras para ganhar prémios/comissões.

À semelhança do recrutamento, em que obtemos um desconto em relação à nossa inscrição por metermos novos membros na rede, com as comissões passa-se o mesmo fluxo/mecanismo. Quando a Agel faz depender a possibilidade de recebermos comissões (vindas do downline) da obrigatoriedade em encomedar produtos, está-nos a oferecer um desconto ou a gratuitidade nesses produtos que encomendamos. Nada que saber, é fazer contas de somar e subtrair.

Reparem que num negócio legal, por exemplo num stand de automóveis ou numa loja de telemóveis, para citar os exemplos mais falados, o vendedor não tem de fazer nenhuma compra à loja onde trabalha para poder ganhar comissões das vendas que faz. Inclusivamente, pode ganhar prémios com as vendas que os outros vendedores fazem, quando há um bónus de produtividade para o grupo todo. Nesse caso, TODOS os vendedores ganham o bónus, e não apenas o upline (porque NÃO há upline nem downline nessas empresas, os vendedores estão todos ao mesmo nível, o que há são hierarquias profissionais, com diferentes níveis de responsabilidade/rendimentos). À mesma, ninguém tem de fazer compras à empresa para ganhar essas comissões. É um procedimento totalmente legal, ao contrário dos apresetnados no plano de compensações da Agel.

O conjunto destas duas abordagens mais o facto das vendas para fora da rede serem pobremente recompensadas (face às compras/recrutamento) e nunca registadas em sistema LEVA A QUE UM MEMBRO, PARA GANHAR DINHEIRO, TENHA DE SOCORRER-SE DE UMA LONGA LINHA DE OUTROS MEMBROS COLOCADOS POR BAIXO DE SI - O QUE, MAIS UMA VEZ, É A ESSÊNCIA DE QUALQUER ESQUEMA PIRÂMIDE, COM OU SEM PRODUTOS, E PARA ALÉM DE QUALQUER INTERPRETAÇÃO LEGAL.

Conclusão

A Agel:

- Não promove nem se preocupa conceito de Vendas Directas, e não incentiva qualquer ideia de vendas a terceiros aos seus membros. A cultura do conceito que apregoa (o recrutamento infindável de novos membros) é contrário a estes princípios.

- Anuncia-se como uma empresa legítima de MMN/MLM, embora na verdade utilize um modelo de negócios apenas hierárquicamente semelhante, falhando nos dois aspectos essenciais que o definem: 1 - não há vendas para fora a rede; 2 - as comissões não são calculadas sobre as vendas do downline.

- Está a usar práticas ilegais, previstas na lei segundo o conceito de "Vendas em Pirâmide", com o intuito de expandir mais rapidamente a rede de membros.



6 comentários:

Anónimo disse...

E aí Pedro, tudo bem? Sou Augusto, um dos editores do blog "A indústria da decepção".

Seguinte: em relação ao ponto 4, eu diria que não são mutuamente exclusivos. Na verdade, prefiro enxergar a questão como uma questão de grau: se pegarmos uma reta que vai de 0 a 1, sendo 0 igual a comportamento piramidal nulo e 1 uma pirâmide plena, as empresas de MMN irão possuir diferentes graus conforme a especificidade de seu plano de marketing e de compensações, estando ou não focada para o ângulo do recrutamento etc. Assim, uma Mary Kay da vida teria um grau mais próximo de 0 do que 1, ao contrário da HBL, OMNI, AGEL, AMWAY etc, que estariam mais próximas do grau 1, a pirâmide plena, ou ao contrário de uma pirâmide financeira, que possuiria grau 1, o grau máximo. O problema crucial está em calcular precisamente o índice. Para isso, precisaríamos escolher quais variáveis fariam parte dele.

Cumprimentos

Anónimo disse...

Viva Augusto,

Eu compartilho da sua opinião quanto à Não mutua exclusividade Pirâmide VS MMN/MUN.

O que se passa com a Agel, e com os seus associados, é que estão a tentar dizer que a empresa, ao ser MMN, não pode ser uma pirâmide. É um argumento sofrivel, mas que passa muito bem quando é posto no papel: ao termos uma tabela com duas colunas e uma determinada quantidade de linhas (os critérios) analisados, tendemos a escolher uma delas como certa e a ELIMINARMOS a outra como errada. O pensamento não nos leva a questionar se podem coexistir as duas ao mesmo tempo.

Quanto ao "GRAU" piramidal, a coisa é um bocado mais complexa. Julgo que a abordagem do "GRAU" ou "ÍNDICE" é uma boa maneira de analisar o caso, talvez até a única possível, mas tem sempre uma fragilidade subjacente à subjectividade, como o Augusto aponta quando menciona os critérios.

Que critérios então usar para apontar uma pirâmide? A questão "lei" deve ser considerada com uma ponderação maior do que o resto dos critério? (se o modelo é ilegal por lei, então essa questão prevalece sobre todas as outras?, ou não? e vice-versa?)

Deve, segundo a mesma lógica, o critério "O que acontece na prática", ter uma ponderação também maior? (se o modelo não é uma pirâmide no papel, mas depois a realidade diz que sim, o que concluir? E quando não temos informações relativas às realidade para podermos concluir?)

E quem decide estes critérios e a sua ponderação? Claro que numa contenda entre duas partes que não se entendem, cada uma vai puxar para seu ladoe nunca haverá consenso.

No final do artigo tentarei dar uma luzes sobres estas questões.

Cumprimentos,

Pedro

Anónimo disse...

Mentir à DSA? LOL

que rídiculo.. agora já se mente às entidades. Mas voces nao acham que existe regulamentação e análises, que impossibilitam mentiras? Por amor de deus, que ridiculo. Mas voce dedica a vida a isto? É que é um pouco triste... Tudo bem que nao concore, agora agir desta forma? Quem lhe paga para todo este trabalho anti-agel? Ou é mesmo vontade de denegrir a imagem da Agel? Ou inveja de quem ganha com isto? é o que parece ao ler este blog... deixe-se de coisas...

Anónimo disse...

"Mentir à DSA? LOL

que rídiculo.. agora já se mente às entidades. Mas voces nao acham que existe regulamentação e análises, que impossibilitam mentiras? Por amor de deus, que ridiculo. "

>>> Mas essa é precisamente a minha posição, caso não tenha reparado. Já agora, acuso essa "autoridade" (DSA) de estar a ser financiada para proteger os interesses dos seus membros, através da manipulação de alguns pormenores nos conceitos de esquemas em pirâmide.


"Mas voce dedica a vida a isto? É que é um pouco triste... Tudo bem que nao concore, agora agir desta forma? Quem lhe paga para todo este trabalho anti-agel? Ou é mesmo vontade de denegrir a imagem da Agel? Ou inveja de quem ganha com isto? é o que parece ao ler este blog... deixe-se de coisas..."

>>> E o Sr.? Porque não dedica o seu tempo a tentar refutar aquilo que digo em vez de dirigir ataques à minha pessoa? Não percebo qual é o seu objectivo.

Cumprimentos,

Pedro Menard

Anónimo disse...

Quantas faltas de conhecimento neste blog:

a primeira e imediata: Uma empresa que nem pede o numero de contribuinte dos colaboradores, que ja li por ai:

Fique sabendo: Sim, pede, é de preenchimento obrigatório para passar para passar o recibo das declarações de rendimentos.

Depois nesta empresa nao se ganha nem um centimo a recrutar alguem, ganha-se sim uma comissao sobre a primeira compra de alguem (de 231 euros).

Por isso, quem é q ta aki a inventar? Ninguem ganha com recrutamento, apenas com as compras de outros membros.. é nao querer perceber as coisas!

Anónimo disse...

Caro anónimo, desculpe só lhe estar a responder agora, mas tenho andado distraido com algumas censuras que me estão a fazer em blogs da Agel e não reparei no seu comentário.

Vamos lá ver de quem é a falta de conhecimento:

"A primeira e imediata: Uma empresa que nem pede o numero de contribuinte dos colaboradores, que ja li por ai:
Fique sabendo: Sim, pede, é de preenchimento obrigatório para passar para passar o recibo das declarações de rendimentos."

>>> Onde leu isso? Pode-me dizer? Se leu em algum lado, não fui eu que escrevi.
Disse algures, isso sim, que a Agel não tem presença no território português, e que portanto não tem número de identificação fiscal, logo, não percebia bem a quem deviamos passar um recibo verde por conta das entradas de dinheiro no banco. Entretanto já me enviaram uns documentos a dizer que não temos de passar nenhum recibo verde a ninguém, informação que ainda tenho de esclarecer nas finanças.

De qualquer forma, que relevância tem isso para o caso? É por causa das incongruências? Está-me a tentar apanhar com pequenas faltas ou incoerências naquilo que digo? Leia bem aquilo que escrevo e veja onde pode apanhar montanhas de dados que não jogam uns com os outros.

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"Depois nesta empresa nao se ganha nem um centimo a recrutar alguem, ganha-se sim uma comissao sobre a primeira compra de alguem (de 231 euros)."

Ainda bem que escreveu esta frase. A sério. Não tenho como lhe agradecer. É uma interpretação perfeitamente válida do processo de recrutamento, e portanto concordo consigo no seu ponto de vista - a pessoa que recruta ganha uma comissão relativa a uma primeira compra (que advém da inscrição).

Dito isto, vamos comparar este ponto de vista com a lei:

(A Agel) oferece ao consumidor (nós, como membros da Agel) determinados bens ou serviços (as tais caixas que pagámos com a inscrição) fazendo depender o valor de uma prometida redução do seu preço ou a sua gratuitidade do volume de vendas (a tal primeira compra - 4 ou 16 caixas de produtos - do novo recruta) que por sua vez, nós (como membros da Agel) consigamos obter, directa ou indirectamente, para o fornecedor / vendedor / organizador / terceiro (Agel).

Em que é que este ponto de vista coloca a Agel dentro a lei? Consegue-me explicar? É um procedimento ilegal à mesma, meu caro Anónimo.

O Sr. não leu bem a lei ou não a percebeu, mais concretamente na parte onde diz: "do número de clientes OU do volume de vendas". Claro que no exemplo que dei no artigo acima, usei só a primeira parte da lei ("do número de clientes"), e o Sr. quis dar a volta com esse raciocínio interessante de que cada recrutamento não é um recrutamento, é antes uma 1ª compra.

Teve Azar. É ilegal à mesma.

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"Por isso, quem é q ta aki a inventar? Ninguem ganha com recrutamento, apenas com as compras de outros membros.. é nao querer perceber as coisas!

>>> Ninguém está a inventar. Eu não inventei, na medida em que não apresentei esse ponto de vista, e o Sr. não está a inventar, na medida em que não entendeu bem a lei.

Os membros da Agel ganham com o recrutamento? Isso ganham. Se lhe querem chamar 1ª compra, força.

Já agora, no vídeo em que o Sr. Gage apresenta o plano de compensações, ele refere especificamente que não quer ninguém a chamar àquilo bónus de recrutamento, sob pena de ser logo identificado em não sei quantos estados como esquema piramidal. Ele diz aquilo com um certo ar de gozação no rosto, mas a mim não me escapou o facto de que a alteração na terminologia não significa uma alteração nos procedimentos. Nice Try, man!

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Tem mais "faltas de conhecimento" a apontar? Queira por favor indicá-las. As que realmente forem falta de conhecimento, não terei problama nenhum em admití-las e corrigi-las.

Cumprimentos,

Pedro Menard