domingo, 16 de dezembro de 2007

Ensaio Sobre a Cegueira

(sobre a minha e sobre a dos outros)

Ao longo desta espécie de cruzada que tenho encetado contra a Agel, muita gente me tem perguntado quais são a minhas motivações pessoais. Serei "da concorrência"? Estarei a ser pago para denegrir uma empresa? Quem sou eu? Que razões tenho para agir desta forma?

Quanto à minha identidade, e ao contrário das outras questões, não é relevante e não é importante para este caso sob nenhuma perspectiva.

Quando me foi apresentada a Agel, quando acolhi dois amigos meus em casa para me falarem deste negócio, nunca tinha ouvido falar em esquemas em pirâmide, nunca tinha ouvido falar em Marketing Multinível, não sabia quem era ou o que era Herbalife, a Tupperware era só mais uma marca de caixinhas de plástico para guardar os alimentos, e não fazia a mais pequena ideia de que se conseguiam levantar esquemas fraudulentos com apoio da Internet em quarenta e tal países ao mesmo tempo. Vivia na mais completa ignorância sobre estes conceitos, negócios e marcas.

Para ajudar a compreender alguns dos porquês, é necessário contar uma parte do meu passado recente. Começa em inícios de Novembro:

- Recebo dois amigos em casa - o assunto é a Agel. Trazem, cada um, sorrisos de orelha a orelha e entram pela porta a dentro num esbracejar incessante de entusiasmo. Como já me conhecem há muito tempo, um deles diz-me que "vamos ficar ricos" e o outro pede-me pelas alminhas para ouvir tudo até ao fim antes de começar a criticar.

- Ouço atentamente a famosa "apresentação da Agel". Uma coisa fica imediatamente clara para mim: o produto é secundário. Interessa construir uma rede de pessoas para comprar o produto, mas os ganhos não provêm das vendas, provêm antes da quantidade de pessoas que estiverem abaixo de nós. As potencialidades de lucro são inacreditáveis. A minha ignorância é, neste momento, de 100% - confio nos meus amigos, embora não ache muita piada ao ter de a impingir o negócio a outras pessoas. Pergunto-lhes se têm a certeza que dá dinheiro. Um deles diz-me que viu com os próprios olhos a "folha de rendimentos" de não sei quem, uns degraus acima na hierarquia. Uma sensação de estranheza apodera-se de mim - sei que algo não bate certo mas não consigo perceber nem identificar o que é. A coisa cheira-me a esturro.

- Decido não me inscrever sem saber mais sobre o assunto.

- Passo uma noite me branco a fazer cálculos aos valores. A minha primeira suspeita é que a Agel não pode pagar assim tão bem às pessoas. Seria insustentável. Crio uma folha de Excel e reproduzo o esquema hierárquico da melhor forma que sei, baseando-me na explicação que me foi dada. Os dados batem certo. A empresa tem possibilidade de pagar aquele dinheiro todo aos membros porque está sempre a receber mais dos membros abaixo. Na cegueira pela exactidão dos valores, nem me apercebo da verdade tão evidente à minha frente: as pessoas que ocupam os últimos lugares da pirâmide ficam sem ganhar patavina.

- Faço uma pesquisa na net. Vou ao google e escrevo "Agel". Uma quantidade enorme de sites aparecem nas pesquisas, todos construidos por membros inscritos no esquema. Fico um bocado desorientado com tanta informação, alguma dela não coincidente. Não consigo encontrar o site institucional em português. Visito o www.agel.com e fico agradado com o que vejo. Parece uma empresa de cara lavada. A imagem deste site contrasta fortemente com a dos clones portugueses.

- Descubro o site "Indústria da Decepção?" (aqui) e o site de Classificados OLX (aqui), onde alguém colocou uma mensagem a publicitar o negócio. Estes dois locais virão a ser de crucial importância para a minha apreensão da realidade.

- As minhas preocupações começam nesta altura. Nestes sites é questionada a legalidade e a transparência deste tipo de negócio. O assunto é discutido fervorosamente entre adeptos e detractores. A troca de argumentos assemelha-se, por vezes, a uma batalha campal. Ouço falar em intrujice, ouço falar em conto do vigário, ouço falar em "esquema em pirâmide" e "MMn", mas não consigo fica com uma ideia clara sobre as diferenças. Devido à minha falta de conhecimentos, sou incapaz de tomar um posição.

- Pesquiso a net à procura de mais informação. Procuro as definições para as expressões utilizadas. Em Portugal, não encontro quase nada - os dados estão dispersos e são pouco explicativos. Procuro no estranjeiro. Encontro reposta para quase tudo o que pretendo. Confronto o esquema da Agel com as novas ideias que tenho e fico alarmado. Aparentemente, estou na presença de uma fraude para sacar dinheiro às pessoas.

- Falo com os meus amigos e informo-os do que descobri. Eles dizem que não pode ser, que o que eu digo não faz sentido, e que "se assim fosse a empresa nem sequer tinha aberto em 40 países ao mesmo tempo". Se "fosse assim já tinham sido caçados nos Estados Unidos, porque as autoridades lá são muito mais lixadas que cá". Dizem-me que estou errado, que estou a levar demasiado a sério algumas informações erróneas, "colocadas por pessoal que tem inveja dos outros" e que "ninguém está a tentar enganar ninguém". Dizem-me que aquilo não é um esquema em pirâmide mas não me sabem explicar porquê.

- Começo a colocar questões no site dos classificados. Vejo que a conversa que está para trás não fornece nenhuma informação verdadeiramente relevante para o caso. Vejo também que os detractores do esquema são facilmente "abatidos" por argumentos que nada explicam, mas que muito complicam. Vejo que ninguém tem uma ideia clara sobre o que é o Marketing Multinível e sobre o que são Esquemas em Pirâmide, embora cada lado faça uso destas expessões a torto e a direito. Inicialmente, sou recebido como um ignorante e como um tipo a atirar para o estúpido. As informações que peço, dizem-me, não fazem sentido ser pedidas. Ninguém as pede a empresas como a Compal ou a BMW.

- Envio uma mensagem para a Autoridade da Concorrência, outra para a ASAE e outra para a Deco. Em todas elas, questiono a legalidade de um esquema deste género. A ASAE nunca me virá a responder.

- Coloco mais perguntas. Ao invés de respostas simples e directas, como devia ser, sou brindado com um coro de insultos e com algumas frases feitas, do género: "isto não é uma pirâmide, isso seria ilegal, os tempos da D. Branca já lá vão"; "se não sabes o que estás a dizer, informa-te". Algumas destas astúcias atingem o alvo: a minha falta de conhecimentos sobre a Agel prejudica a minha capacidade de argumentar.

- Sou acusado de não ter vida própria.

- Decido investigar mais a fundo o esquema da Agel. Começo uma autêntica pesquisa aos detalhes do negócio. Centro a minha atenção nas minúcias do "Plano de Compensações" e, paralelamente, na história mundial das fraudes de pirâmides.

- Recebo uma resposta da Autoridade da Concorrência a dizer que não têm nada a ver com o assunto, para tentar o Instituto do Consumidor. Não entendo o que tem o Instituto do Consumidor a ver com as regras de concorrência entre empresas.

- Começo a entender minimamente o que se esta a passar. A informação que tenho para divulgar é tanta que decido construir um blog dedicado ao assunto. Nasce "O Esgoto do Capitalismo". Nesta altura, ainda não conheço o suficiente acerca da empresa para garantir informações credíveis. Tenho muito para contar mas não tenho sustentáculos lógicos para o fazer.

- Sou acusado de estar a falar sobre coisas que não conheço.

- Recebo uma resposta da Deco a impelir para um contacto telefónico. Como não sou sócio, não me podem responder por escrito. Telefono para a Deco. Tenho uma conversa de dez minutos com um Jurista. Explico os detalhes básicos do negócio da Agel. Ele informam-me acerca da lei e aconselha-me a manter-me afastado por "haver indícios de vendas em pirâmide".

- O assunto "Agel" passa a tabu entre mim e os meus amigos. Decido acabar com a conversa antes que a coisa passe a uma discussão mais grave. Eu não os consigo convencer acerca da fraudulência do negócio (apesar deles não conseguirem refutar os meus recém-adquiridos conhecimentos) e eles não me conseguem convencer a aderir ao esquema.

- No site dos classificados, começo a fundamentar a minha opinião com argumentos mais pesados. Em vez de respostas para as perguntas que faço, sou constantemente insultado. Ainda estou às escuras quanto a muitos detalhes do famoso "plano de compensações". Embora encontre muitas informações escritas nos sites da Agel, nenhuma delas é explicativa o suficiente para eu as compreender.

- Recebo algumas mensagens de apoio por parte de pessoas que também foram contactada pela Agel e sentiram repulsa por este género de actividade.

- No site dos classificados, sou acusado de difamar, de dizer mal e de tentar descredibilizar a Agel.

- Leio um livro sobre a história da Amway/Quixtar - "The Merchants of Deception". Fico horrorizado com alguns detalhes do negócio. A Agel passa por Madre Teresa de Calcutá face ao esquema da Amway.

- Vou às finanças para perceber como posso colectar a minha actividade como colaborador da Agel. Vou a três repartições. Duas delas não me sabem ajudar, porque desconhecem esta forma de ganhar dinheiro. Pedem-me para me informar melhor junto da Agel. Na terceira, sou atendido por uma senhora que entende mais ou menos o esquema. Diz-me que tenho de me inscrever como trabalhador independente, como "comissionista", e que tenho de passar recibos verdes sobre as entradas de dinheiro na conta.

- Sou acusado de chamar mentecaptos aos portugueses.

- Vou a uma reunião da Agel. Mantenho a boca bem fechada e os ouvidos bem abertos. O clima é de alguma euforia. Há pessoas a falar da sua experiência pessoal, de como a Agel as levou ao sucesso financeiro e pessoal, há uma explicação sobre os produtos, e há uma explicação sobre o plano de compensações. Lembro-me de uma vez ter assistido a uma reunião da IURD, no velho cinema Império, e de no final não saber se havia de rir ou se havia de chorar. Nessas reuniões vendia-se fé a troco de dinheiro. Na Agel vende-se dinheiro a troco de dinheiro. Não consigo ter vontade de rir ou de chorar. A única coisa que sinto, quando saio para rua, é uma náusea intensa. Compreendo na perfeição o poder de "charme" destas reuniões. Ao vivo, com um ambiente a ajudar, é muito mais fácil fazer mudar algumas mentes descrentes.

- Depois da reunião, os meus conhecimentos sobre a Agel subem em flecha. Já tenho que chegue e sobre para contestar qualquer argumento acerca do negócio. Quanto ao produto, continuo em branco - não faço ideia se é bom ou se é mau. Desconfio que é apenas aceitável, e que é vendido a peso de ouro para uma plateia de consumidores que não necessita dele.

- De entre os argumentos mais utilizados para rebater as minhas afirmações no site dos classificados, há três que se destacam: "eu estou a ganhar dinheiro e tu está a perder o teu tempo a escrever coisas que não interessam a ninguém", "quero lá saber das pessoas que daqui a vinte anos se inscreverem, por essa altura já ganhei o dinheiro todo que tinha a ganhar", e "para mim não interessa saber se isto é honesto ou não, eu sou honesto e não pretendo enganar ninguém, e como dá dinheiro..."

- Neste blog, sou acusado de escrever por obsessão, com o intuito de entreter um universo de mentes frustradas, revoltadas e preguiçosas. O tipo que deixou a mensagem não me conhece de lado nenhum e afirma não ter o mínimo interesse pelas matérias em discussão.

- Continuo a minha pesquisa sobre o objecto de estudo. A Internet, como sempre, é um meio inesgotável de obtenção de informações. Visito o site da Federal Trade Comission. Visito sites de entidades anti-esquemas em pirâmide. Visito os sites portugueses dos membros da Agel. Vejo os vídeos e as apresentações no youtube.

- Sou acusado de pertencer à Herbalife por alguém que "fez uma pesquisa na Net".

- Percebo os mecanismos que catapultam um esquema destes na nossa sociedade. Percebo que é muito difícil alguma vez a Agel vir a ser processada por quem quer que seja. Não há interesse/meios por parte das autoridades competentes. Empresas como a Agel navegam nos limites (exteriores) da lei, e aproveitam-se da ignorância e da ganância das pessoas para se expandirem o mercado. A sociedade portuguesa, neste momento, é exactamente o terreno certo para um esquema deste tipo: as condições sócio-económicas proporcionam uma grande aceitação a formas "rápidas e fáceis" de ganhar dinheiro. Há quem não veja nada de desonesto e de ilegal no negócio, há quem veja e feche os olhos, porque não é "nada de grave" e está-se a ganhar dinheiro.


Por que razões decidi fazer este Blog

Eu gosto de dinheiro. Eu gosto muito de dinheiro. É um defeito que assumo. Gosto de tudo aquilo que, materialmente falando, consigo comprar com o dinheiro que ganho. Gosto de ter a minha independência financeira, de não depender do dinheiro de outras pessoas para poder viver de modo desafogado. Gosto de todo o dinheiro que me sobra ao final do mês, quando sobra, e que esbanjo inutilmente em coisas que não me fazem falta para nada, mas que me dá gozo comprar. Gosto do consumismo fácil e despreocupado. Gosto de dinheiro, e não vou sequer culpar a sociedade por esta falha na minha integridade. O dinheiro que esbanjo, bem ou mal, provem do esforço do meu trabalho. É dinheiro que me custou a "fazer", mas é dinheiro que sabe bem receber. Sabe a justiça e a honestidade. Sabe a um equilíbiro correcto entre os factores trabalho e responsabilide.

Daquilo que eu não gosto mesmo nada é de quem se aproveita do dinheiro dos outros alegando falsas preocupações de bem-estar. Não gosto de quem diz que me vai "dar a oportunidade de ganhar dinheiro" quando na prática me vai estar a parasitar. Não posso com esta atitude. É outro defeito meu, está visto.

Quando vejo uma empresa como a Agel, do alto do seu trono dourado de boas intenções, falar em sonhos de uma vida melhor, em viagens a ilhas paradisíacas, em carros de luxo, em independência financeira, em ser "o seu próprio patrão", em trabalhar 2-3 horas por dia e ter um emprego à grande e à francesa e uma vida desafogada, passo-me logo dos carretos. Outro defeito meu: não posso com aldrabices do arco da velha. Não consigo ver uma multidão de pessoal a ganhar dinheiro e outra muito maior a tentar perceber em que curva se enganou.

O meu objectivo, com este blog, longe de tentar firmar um bastião de moral, honestidade ou boas intenções, é, ponto um, abrir os olhos a quem não está informado sobre os conceitos fundamentais do Marketing Multinível e dos Esquemas em Pirâmide. Sim, Há uma ignorância generalizada no que respeita as estas expressões cá em Portugal. Ponto dois, levar as pessoas a questionarem tudo aquilo que lhes foi dito pela Agel, com base numa perspectiva totalmente diferente. Ninguém deve ser um Yes-Man, um pau mandado, só por ouvir dizer que vai ganhar muito dinheiro. Ponto três, expressar a minha indignação pública para com este tipo de negócios parasitas. Ponto quatro, equlibrar os braços da balança: o que se vê aí pela net fora é uma autêntica invasão de sites da Agel - a informação prestada por esse sites aponta toda no mesmo sentido - e não há espaço para a contra-informação.

Em altura alguma pretendo "dizer mal", denegrir, descredibilizar a Agel. Muito menos "só porque me apetece". Há uma grande diferença entre estas atitudes e uma atitude de crítica fundamentada, ainda que negativa. Mesmo quando recorro a um certo tipo de humor, por vezes rasteiro, há sempre uma preocupação em firmar um ponto, um aspecto, um pormenor menos honesto da actividade em questão. Nunca é de forma aleatória.

A minha motivação pessoal, única e desinteressada, e para quem não a deduz deste texto, prende-se a amizade que tenho para com quem me tentou recrutar para a Agel. Tal como eu tenho amigos meus enfiados no esquema, deve haver muito mais gente para aí espalhada que lamenta as escolhas dos amigos e se vê impotente para fazer o que quer que seja. Chamem-lhe obsessão, chamem-lhe o que quiserem, eu tenho o direito à escolha em agir deste modo, tal como toda a gente tem e refutar as minhas opiniões.


"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."- Livro dos Conselhos (José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira")

11 comentários:

Anónimo disse...

Muito, mas mesmo muito bom! :)

Aconselho a ler o "História da minha vida", do Jay McInerney, que tem um episódio fabuloso sobre uma IURD dos states...

Sobre a Agel: normalmente descortinamos que estamos a tocar num ponto sensível (e inargumentável) quando os nossos interlocutores, em vez de contra-argumentarem, nos insultam/chamam a atenção para "não percebermos nada disto", etc etc etc...
Quando isto acontece eu fico muuuuito contente, porque sei que acabei de ganhar - e o meu interlocutor também sabe, no seu inconsciente, que acabou de perder a "guerra" da argumentação. A partir daí é apenas uma questão de tempo.

Também não vale a pena tentarmos abrir os olhos aos esquemas: o cego é aquele que não quer ver. Por várias razões (necessidade de dinheiro, perfil muito materialista, ignorância....) as pessoas iludem-se com esquemas - estes e outros, e não gostam de lhes seja dito que é um negócio pouco claro, que não verdade não é negócio nenhum porque não tem subjacente nenhum produto ou serviço vendável/comercializável. Apenas o tempo abrirá os olhos a alguns... a outros, serão as dívidas, o abandono pelos amigos e família...

A "nós", resta-nos contribuir, de uma maneira isenta e o mais fundamentada possível, para o desmascarar de esquemas como estes.

Anónimo disse...

100% de acordo...

Cumprimentos.

Anónimo disse...

Adoro esse blog.

Infelizmente, quando negamos a participação em uma esquema como esse somos chamados de irracionais, pois estamos a negar uma proposta irrecusável de enriquecimento. Se tentamos alertar nossos amigos somos os "Ladrões de sonhos".

É difícil.

Anónimo disse...

Viva,

Já não faço contas às vezes em que fui insultado e chamado de burro e de ignorante. Em todas estas vezes, rara foi a ocasião em que o "oponente" apresentou um argumento concludente, de peso, que terminasse com as minhas dúvidas/acusações.

Ou estou a ser irracional, a atacar uma coisa que não conheço a fundo (embora ele conheça ainda menos), ou estou a ser parvo por não estar a ganhar dinheiro (a reposta mais comum e a que mais força tem aos olhos de quem a usa), ou ainda não estou bem a ver as potencialidades e os benefícios do negócio/produto.

Desde há tempos que estou à espera que alguém refute a acusação de que este é um esquema em pirâmide. Até agora só tenho ouvido que não é precisamente porque é um negócio de Marketing Multinível (risos).

Vamos ver o que o tempo dita.

Cumprimentos,

Pedro

Anónimo disse...

Hoje, quando dei por mim, uma pessoa conhecida estava a apresentar-me a Agel e a tentar convencer-me a entrar:
1. Logo à partida não confio nessa pessoa;
2. Mas até fiquei entusiasmada e comecei logo a "montar" um esquema para entrar a testar...
3. No meio da apresentação, essa pessoa disse que o proximo "mercado" seria o Brasil, que ainda não estavam a "vender" ai...
4. Logo que tive oporunidade, pesquisei e a verdade é que isto já esta a acontecer no Brasil.
Conclusão: bastou uma mentira da pessoa que me estava a "vender" o "produto" para me desinteressar...não acredito na mentira, nem a alimento!
Parabéns pela iniciativa.

Pedro Menard disse...

Caro anónimo,

Não sei ao certo se a Agel já está a "acontecer" no Brasil. Creio que a marca ainda não foi oficialmente lançada no país.

O que se está a passar é algumas tentativas de membros de outros países em recrutar pessoas no Brasil (onde o mercado é realmente imenso, logo, a tentação é muito grande). É normal que essas iniciativas venham de portugueses, por causa da facilidade da linguagem comum.

A pessoa que o tentou recrutar pode não saber essa informação, nem lhe é exigido, para todo o caso.

Eu não entrei neste esquema por não confiar na pessoa que mo apresentou, porque até confio, e bastante. Não entrei nele porque não sabia nada de nada sobre o seu conceito base, e quando me informei fiquei extremamente desiludido.

Cumprimentos,

Pedro Menard

Anónimo disse...

Isso do Brasil de fazer parte do "paleio". Quando me apresentaram o "negócio" disseram-me precisamente a mesma coisa.
Foi quando descobri o site "A indústria da decepção".

Não sei se iniciaram já o negócio lá, mas tentativas já devem ter sido feitas.

Quando me apresentaram esse negócio, o meu pensamento foi, como no passado, porque já tinha acontecido, apresentarem-me um negócio semelhante, mas com a finalidade de vender um produto, utilizando este MKT agressivo eu deduzi que esse amigo era das duas, uma:

- ingénuos, porque desconhecem a fundo a finalidade do negócio e estão convencidas apenas pelo dinheiro fácil das apresentações;
- mal intencionadas porque têm conhecimento da pura finalidade da Agel e só pretendem é "facturar", porque, como sabemos, quanto mais elementos eles conseguirem angariar, mais dinheiro vão receber.

A pessoa que me apresentou a Agel é da minha confiança, normalmente, é uma pessoa céptica, (naquilo que lhe tentam vender) é uma pessoa inteligente e se eu não visse, nunca acreditaria que alguma vez alguém o conseguisse arrastar para algo dúbio como a Agel.
Tenho a certeza absoluta, que ele conscientemente não prejudicaria ninguém, mas entendo que ele está completamente "embriagado" com a ideia do dinheiro fácil. Agora pergunto, quem não pensa todos os dias, iniciar algo para melhorar as condições de vida?
A única coisa que me fez ir à apresentação (e não foi num hotel, se tivesse sido eu nunca iria) foi a pessoa em questão. Continuo a ter a melhor impressão dele, porque entendo que errar não é crime. Se ele tivesse consciência dos meandros do negócio, aí sim, considerava que já era grave.
Por ter a melhor ideia dele, dou-lhe o beneficio da dúvida.
Não é por me virem apresentar o negócio que eu vou pensar mal da pessoa. Primeiro tento compreender as duas ambições, a forma como ele vende o "negócio", se ele acredita e está convicto do que me está a vender, para puder tirar algumas conclusões que como tudo na vida são falíveis.

Como se compreende, este tipo de negócios, com facilidade coloca em causa valores, como o respeito, como a amizade.

Devemos é tentar que estes tipos de negócios não estraguem ou prejudiquem as nossas relações.

Cumprimentos.

Anónimo disse...

"Hoje, quando dei por mim, uma pessoa conhecida estava a apresentar-me a Agel e a tentar convencer-me a entrar:
1. Logo à partida não confio nessa pessoa;"
Eu explico, conheço a pessoa que me fez a apresentação, mas não temos aizade e do pouco que sei não confio nela...sou de Lisboa e a pessoa fez uma a presentação fora de Lisboa, dizendo que isto estava a ser uma loucura em Lisboa, toda a gente estava a participar...
Sendo eu de Lisboa, muito relacionada e informada...nunca tinha ouvido falar!!
Mas ainda bem...pude pesquisar e chegar à conclusão, também com a V. ajuda, que isto é uma grande ilusão.

Anónimo disse...

Estive a fazer contas:
A pessoa que tentou que eu entrasse no esquema da Angel, disse-me que em 2 meses ganhou 1000 Euros. Ganhou?Então se para entrar pagou 950 Euros e se entrou Há 2 meses já comprou 2 X os produtos = 140 Euros X 2.
Ganhou ou perdeu 270 Euros...???!!!

Pedro Menard disse...

Ao Anónimo das contas dos dois meses,

É assim: Essa pessoa, como todas as outras que se inscreveram há pouco tempo na AGEL, anda numa fase de recrutamento tipo "tudo o que vem à rede é peixe", e então têm de dizer que já pagaram o investimento e que já estão a ganhar dinheiro de modo a convencerem os outros. A conversa que me fizeram a mim foi muito semelhante.

Nalguns casos, reconheço que isso possa ser verdade. Mas na maioria deles, não acredito.

Se quiser saber a verdade, nada como pedir a essa pessoa para lhe mostrar os extractos bancários dos depósitos que recebeu e os respectivos documentos contabilísticos que lhe sairam da "contabilidade". Peça-lhe também para lhe mostrar as contas necessárias para chegar aos valores em questão. Dessa forma fica tudo esclarecido.

Entenda uma coisa: o ganhar de dinheiro com a AGEL depende única e exclusivamente de uma coisa: recrutar pessoas/ter pessoas por baixo de nós na pirâmide. Mais nada.
Quem é bom "vendedor de ideias", e tem paleio para o negócio, tem boas probabilidades de enfiar alguns ignorantes na rede - pelo menos por enquanto. Quem não tem, vai-se enfiar numa alhada.

Em qualquer dos casos, há que ter uma coisa em mente: A AGEL é um negócio ilícito e desonesto. Será que, mesmo que seja para fazer dinheiro, vale a pena entrar nisto?

Eu, sinceramente, não consigo. Repugna-me a ideia de dar/receber dinheiro de uma empresa que trabalha nestes moldes.

Cumprimentos,

Pedro Menard

Anónimo disse...

Gostei do blog.
So é pena que estes tipos de negocios levem os nossos amigos a mentir com os dentes todos :)
Agel - Herbalife- Cartonzinhos de ferias- Totolotos milionarios , sera que esta gente não morre rapidamente loll