Pirâmides
A essência: o mecanismo-catapulta que caracteriza qualquer Esquema em Pirâmide - no sentido de trafulhice sócio-económica, e para além de qualquer conotação legislativa -, está muito bem explicado nos seguintes cartoons:
Seminário: "Como Ganhar Dinheiro"
- Aluguem um auditório como este e cobrem 30€ por cada lugar. Obrigado por terem vindo.
- Aluguem um auditório como este e cobrem 30€ por cada lugar. Obrigado por terem vindo.
- E então vocês perguntam: Tom, como é que eu posso fazer para ficar podre de rico? É simples, basta engrupirem outras pessoas da mesma maneira que estão prestes a ser engrupidos por mim.
Uma Pirâmide assenta em três características fundamentais:
1 - Há uma troca de dinheiro entre um promotor e um interessado - o interessado paga para pertencer a um "negócio" (seja por conta da compra de produtos, seja por conta da compra de serviços, seja por conta de nada em concreto, não faz diferença - o que interessa é a "oportunidade" de explorar uma rede/negócio).
2 - O interessado, agora membro participante no esquema, pode recuperar o dinheiro investido através do recrutamento de outras pessoas. Os novos membros pagam também ao promotor para entrarem no "negócio" e o interessado que os recrutou recebe dinheiro por conta desse recrutamento. Quantos mais membros ele trouxer para a rede, mais comissões recebe e, consequentemente, mais hipóteses tem de recuperar o investimento. A motivação principal para cada membro é conseguir subir acima da linha de prejuizo, e a partir desse momento qualquer nova entrada é lucro limpo.
3 - A rede expande-se sempre na base do "1 para n". Um membro pode recrutar n novos membros, cada um deles por sua vez pode recrutar outros n novos membros, e assim sucessivamente - até ao infinito (sendo que "infinito", nesta situação, significa o muito concreto finito da saturação de mercado). Esquematizando este processo no papel, ficamos com um desnho parecido com uma pirâmide, e daí possivelmente a origem da expressão. Algumas contas rápidas dão para entender que 66% a 99% dos inscritos, conforme a estrutura do esquema, nunca vão ganhar dinheiro nenhum. A maioria perde sempre dinheiro - é uma certeza matemática.
Em resumo simples: uma pirâmide é uma rede para a qual uma pessoa entra de livre vontade e se coloca numa situação inicial de prejuizo. Para recuperar o dinheiro investido, a única hipótese viável/atractiva é recrutar outras pessoas para a rede.
Em torno desta lógica simples, podemos encontrar as mais estrambólicas e esforçadas variações, algumas delas sem qualquer tipo de preocupação e esconder a origem, outras impecavelmente camufladas para que pareçam outras coisas. Algums pirâmides eliminaram inclusivamente o pagamento inicial de adesão (e a consequente comissão ao angariador), embora mais cedo ou mais tarde o aderente seja pressionado a efectuar um pagamento ou uma compra qualquer. O conceito de MLM é aquele que melhor aproveita as potencialidades de uma pirâmide, devido às similaridades existentes entre os dois modelos. Dir-se-ia que foram feitos um para o outro, tal é a perfeição de encaixe. O aproveitamento de um Esquema em Pirâmide como forma de expansão de um MLM introduz bastantes novas variáveis ao sistema, a mais evidente das quais a vinculação dos membros a uma periodicidade regular nas trocas de dinheiro - as compras periódicas de produtos/serviços são uma espécie de mini-ecos repetidos da ideia presente no recrutamento de membros, e o objectivo é superar a linha de prejuízo mensal à conta das compras feitas por um downline volumoso. Os pagamentos mensais por conta de comissões ligadas a compras dos outros membros fazem circular ininterruptamente, periodicamente, o dinheiro das camadas de baixo para as camadas de cima. Quase nunca há financiamento externo resultante de vendas de produtos para fora da rede. Quase sempre os produtos são vendidos aos membros a um valor acima do real e acima dos preços normais praticados no mercado em produtos concorrentes. Por outro lado, a existência de um produto é um disfarce excelente, uma vez que permite: a) elevar a fraude ao nível de um negócio legítimo de "vendas directas", pelo menos em teoria, e b) fazer supor aos membros que adquiriram algo de valor, algo que podem voltar a trocar por dinheiro em caso de opção.
A confusão entre os conceitos de Pirâmide e MLM é natural (e de muito difícil percepção e distinção), uma vez que ambos partilham de várias realidades comuns. Eis as mais importantes:
1 - Em ambos, pode haver recrutamento de novos membros para propagar a rede
2 - Em ambos, pode haver a movimentação de produtos e/ou serviços
3 - Em ambos, é dada a hipótese/oportunidade aos membros de vender esses produtos/serviços a terceiros fora da rede
4 - Em ambos, há um forte incentivo ao consumo desses serviços/produtos.
5 a) - Em ambos, qualquer membro pode ganhar mais dinheiro do que alguém no seu upline, tudo depende dos resultados do esforço e dedicação
5 b) - Em ambos, os membros que tiverem um longo downline estão, à partida, em condições de fazer mais dinheiro do que os que não tiverem, visto que...
6 - Em ambos, podem ser ganhas comissões relativas a transacções comercias feitas por outros membros - tipicamente membros do downline. Quanto mais volumoso for o donwline, mais hipóteses há de ganhar dinheiro indirectamente, por acções de terceiros.
Num esquema em pirâmide com produtos/serviços,
1) as vendas para dentro da rede,
e/ou
2) a aquisição obrigatória de uma quantidade injustificada de produtos/serviços (inventory-loading),
e/ou
3) o ter de se pagar (através da compra de produtos) para receber as devidas comissões (pay-to-play),
são os três factores indicativos mais importantes para identificar a falta de legitimidade do negócio .
(poder-se-á juntar ainda um outro factor a este lote: a (im)possibilidade de recuperar o dinheiro investido através da desistência de participação no esquema).
Ao longo da história de casos judiciais em que o assunto "pirâmide ou MLM" foi abordado, quase sempre a disputa foi centrada em torno destas questões particulares. Quando, pelo contrário, houver uma filosofia concreta e real de venda de produtos a terceiros fora da rede (não pertencentes ao esquema), com as respectiva comissões a acompanhares esse acto concreto, o negócio é lícito. É a chamada Venda Directa. Esta subtileza pode ser percepcionada no ênfase que é dado ao recrutamento de novos membros, em detrimento da vontade em vender produtos a terceiros.
Numa analogia simples entre um Esquema em Pirâmides sem produtos e um Esquema em Pirâmide com produtos podemos observar o seguinte: a) o que faz expandir a rede numa pirâmide sem produtos é a impossibilidade física em vender o que quer que seja para fora da rede - como não há produtos ou serviços comercializáveis, o único escape para ganhar dinheiro é recrutar pessoas; b) o que faz expandir a rede numa pirâmide com produtos é a falta de atractividade na venda de produtos (por factores que sejam: o preço final dos produtos, pouco competitivos face à concorrência, a falta de atractividade da actividade de "vendas" em si, e o desequilíbrio concreto no plano de compensações da empresa, que pode premiar muito mais factores "não decorrentes das vendas", ou outros), apesar de HAVER essa hipótese à mesma. À semelhança da Pirâmide sem produtos, não há movimentação de nada para fora da rede, e os membros dedicam a maior parte das suas energias a atrair outros membros para a rede (que consequentemente originarão comissões e bónus decorrentes das suas compras).
Portanto, na prática o processo de ganhos de bónus e a ênfase dada ao recrutamento pouco diferem de um para outro modelo. Em ambos os casos, não há vendas para fora da rede e toda a gente dedica esforços para recrutar mais membros.
Nos últimos anos, a FTC tem conseguido encerrar algumas grandes companhias de MLM, sob a acusação de serem pirâmides. Segundo uma carta dirigida à DSA em 2004, a FTC determina, como factor indicativo mais importante para identificar uma pirâmide, a compra de produtos por parte dos membros apenas por razões de recebimento de comissões (o tal pay-to-play). Enquanto teoricamente - a nível de percepção do cerne do problema - esta abordagem me pareça bastante correcta e sensata, na prática não há maneira de a implementar. Como raio podemos provar que os membros de determinada companhia adquiriram determinados produtos só para poderem ter acesso ao plano de compensações? Como podemos provar que não foi por simples vontade de consumo desses produtos? A este respeito, a lei portuguesa (o Decreto-lei 143/2001, artigo 27º) é muito mais radical: considera que qualquer desconto obtido por conta de vendas a terceiros é sinónimo de pirâmide, sem especificar quaisquer razões. Pena é não haver vontade de a aplicar na prática...
Alguns exemplos de Esquemas Piramidais:
1 - Pirâmides Sem Produtos
http://www.diarioleiria.pt/4105.htm
Vejam só a argumentação do tipo que falou com os jornalistas...
"O Diário de Leiria contactou um elemento da empresa, que negou a ilegalidade, alegando que a estrutura está sediada em Espanha, onde um "buraco" na legislação permitirá a actividade, mas admitiu que o recrutamento e as acções de formação ocorrem em Portugal. «As pessoas aderem livremente, não há qualquer tipo de coacção sobre ninguém. Não há qualquer tipo de má fé», garantiu, citando a existência de cinco dezenas de empresas em Portugal a utilizar o método pirâmide.
Mais do que discussão em torno da legalidade, o nosso interlocutor faz um apelo em relação ao lado humano da situação.
«Era terrível se a notícia saísse neste momento. As pessoas que entraram esta semana vão ficar sem o dinheiro», diz, acrescentando que há pessoas que conseguem, por esta via, obter verbas que as ajudam a superar dificuldades do quotidiano."
As pessoas que entraram esta semana vão ficar sem o dinheiro??? ENTÃO E AS OUTRAS QUE VIEREM A SEGUIR - e que, exponencialmente, serão muitas mais??????? Então e pensar em devolver o dinheiro a essas pessoas que "vão ficar sem ele"?????
Um caso mais recente em Portugal, ainda a decorrer (17/06/2008), o "Jogo da Bolha":
Notícia no:
- Sol
- Diário de Notícias
- Correio de Manhã.
Este caso tem a particularidade de ser organizado pelos próprios participantes no esquema. Não há nenhuma empresa com interesses financeiros por detrás...
2 - Uma Pirâmide Com Produtos
O caso da Equinox, alguns tópicos para considerção:
3 - Uma Pirâmide por e-mail (uma chain-letter)
Recebi no outro dia, de uma estimável leitora minha (a senhorita Cleopatra, a quem muito agradeço), um exemplo de um Esquema em Pirâmide por e-mail. O processo é simples: a mensagem traz uma lista de seis nomes e de seis respectivos NIB's, e pede-nos para depositarmos 1€, por transferência bancária, a cada uma dessas seis pessoas listadas; depois, o que temos de fazer é apagar o primeiro nome da lista, adicionarmos o nosso próprio nome no final, e enviarmos o e-mail para uma série de 50 (ou mais) outros contactos.
Junto com esta mensagens, vem um texto daqueles da treta ("uma história real"), a explicar como o tipo que teve a ideia estava quase na miséria quando se lembrou desta artimanha, e como alguns meses depois já tinha a casa paga e andava de carro de luxo. Vem também uma clarificação detalhada dos cálculos do mecanismo, incluindo o total final de ganhos previstos, soma que ascende a alguns milhares de euros - por apenas 6€ de investimento. Engenhoso.
Eis uma explicação mais detalhada destes esquemas manhosos aqui .
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E eis uma acta do parlamento de New South Wales, Autrália, sobre uma interessante discussão em torno do assunto "Pirâmides", datada de 1999.
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Os Esquemas Ponzi são frequentemente confundidos com Esquemas em Pirâmide, com os quais repartem algumas afinidades duvidosas - a necessidade de trazer mais pessoas para a rede, em ordem a sustentar os ganhos dos que já lá estão, por exemplo, e a elevada percentagem de lesados no final da rede. Há quem defenda que são uma variação muito específica dentro dos Esquemas em Pirâmide, uma posição que é válida de certa forma, mas em todo o caso irrelevante: continua a haver diferenças específicas que permitem uma diferênciação. O factor essencial que os distingue de uma Pirâmide é a ligação que (não) se estabelece entre os membros inscritos. Num Esquema em Pirâmide, os membros recrutam-se uns aos outros e ganham dinheiro com isso ou dai derivado; num Ponzi todos os membros reportam directamente à entidade promotora e é com ela que fazem negócio - não há uma interacção comercial de membro para membro, embora possa haver avisos de chamamento para a rede. Uma outra diferença grande pode ser apontada para esclarecer os conceitos: num Ponzi, o dinheiro é investido pensando que irá ser devolvido com juros, sem que nenhuma acção seja requerida em troca - bastará, hipoteticamente, esperar que o tempo passe para que o dinheiro cresça; numa Pirâmide, o dinheiro investido inicialmente é dado como perdido definitivamente, e, para o recuperar, uma pessoa terá de recrutar outras pessoas - terá de "trabalhar" para que isso aconteça. Num Ponzi, ninguém perde dinheiro até que o esquema estoire, e nessa altura toda a gente que não o tenha levantado ficará irremediavelmente sem ele.
Os esquemas Ponzi são assim conhecidos em "homenagem" ao primeiro golpe mediático do género, arquitetado pelo próprio Charles Ponzi, nos Estados Unidos, anos 20. A ideia era invulgarmente simples e atractiva: o Sr. Ponzi oferecia um serviço de pagamento de juros que permitia duplicar o investimento em cerca de 90 dias (não estou a brincar!). Por outras palavras, eu dirigia-me ao balcão da agencia do Sr. Ponzi, depositava 500€, tal como se fosse num banco, e ao fim de 90 dias teria um valor acumulado de 1.000€ à minha espera. Outro atractivo deste negócio era o re-investimento: grande parte dos interessados via com bons olhos a hipótese de não recolher do dinheiro, pois a cada 90 dias o bolo duplicava.
O problema do esquema, obviamente, era a impossibilidade de gerar uma taxa de juro tão alta. O Sr. Ponzi não tinha à sua disposição nenhum mecanismo de investimento de retorno que lhe garantisse a sustentabilidade das promessas que fazia. O Sr. Ponzi pegava no dinheiro que as últimas pessoas lhe tinham entregue como investimento e pagava com ele os juros daqueles que já lá estavam há mais tempo, tirando pelo meio uma notas para seu gozo pessoal. Como consequência, não havia maneira de pagar a toda a gente em caso de necessidade efectiva. O esquema acabou por ser questionado publicamente, levando a uma corrida desenfreada aos escritórios do Sr. Ponzi: todos desejavam levantar o dinheiro ao mesmo tempo. Incrivelmente, o Sr. Ponzi conseguiu dessa vez pagar as dívidas. A queda, contudo, foi inevitável e o homem acabou na cadeia depois várias tentativas de prisão e de um processo ultra-meditático.
O resto da história é melhor lerem por vós:
http://home.nycap.rr.com/useless/ponzi/
http://www.mark-knutson.com/
Cá em Portugal temos dois casos sobejamente conhecidos de esquemas Ponzi: o da D. Branca, a banqueira do povo, e, mais recentemente, o da Afinsa/Fórum Filatélico, que só era a terceira maior empresa mundial de activos não financeiros. Nos dois casos, as contas sairam furadas aos promotores do negócio, que à semelhança do Sr. Ponzi, acabaram a ver o sol atrás das grades.
Enquanto que no caso da D. Branca apenas havia um serviço por detrás do negócio - a prestação de juros (10% todos os meses, contra os 100% em três meses do Sr. Ponzi):
Reportagem no Correio da Manhã
(nota: o link por vezes é teimoso de funcionar - como todos os do Correio da Manhã. Caso dê problemas, copiem-no e coloquem-no directamente na barra do browser)
... no caso da Afinsa e do Fórum Filatélico, e para além dos juros (6% ao ano), o negócio envolvia uma contrapartida em selos, que supostamente teriam um valor de mercado concreto (um valor falso, como se veio a descobrir mais tarde, 10x inferior ao real!), e que funcionavam como aval de garantia para o investidor:
http://www.thinkfnwiki.com/wikibolsa/Afinsa
(nota: o link acima substitui o link directo para a wikipedia, que por força de ser uma plataforma de livre edição por toda a gente, está sujeita a deturpações e a cortes por parte de interesses vários. Podem comparar este efeito indesejado, por exemplo, nos links (não) fornecidos no final do artigo existente nessa enciclopédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Afinsa)
Reportagem no Correio da Manhã
(nota: o link por vezes é teimoso de funcionar - como todos os do Correio da Manhã. Caso dê problemas, copiem-no e coloquem-no directamente na barra do browser)
Discussão sobre o caso no Fórum "Think Finance"
E o caso continua, em 2008, a tentar arranjar uma solução para os lesados...
Mas de longe o meu esquema Ponzi "favorito" foi o PIPS, um sistema fraudulento originário na Malásia, lançado a nível mundial (Portugal incluído) que, em troca de um modesto investimento, prometia uma taxa de juro de 2% ao dia(!!!), e que durou uns dois ou três anos até "crashar" - deixando alguns milhares de lesados um pouco por todo o mundo.
Podem ler uma espécie de resumo da história no seguinte link (15 páginas de comentários), uma vez que os sites originais já há muito que desapareceram:
Thread no Fórum "Think Finance"
Outra thread no Fórum "Think Finance" (inglês, 169 páginas)
Os comentários apresentados pelos defensores do PIPS lembram-me em tudo os comentários dos Ageis mais ferrenhos - uma história a ler com atenção. Às páginas tantas há alguém a perguntar se achavam possível que 170.000 pessoas em todo o mundo estivessem a ser enganadas sem que ninguém desse por nada. Como se veio a provar mais tarde, a resposta era "SIM". O último comentário colocado na thread portuguesa consegue, contudo, ser bastante dramático e arrepiante...
Mais informações sobre o PIPS, aqui.
Outras Aves Raras - e as suas tentativas de explicar a realidade, ilibando a Agel pelo caminho...
Eis alguns argumentos frequentemente utilizados para defender o esquema da Agel:
1) "Se formos ver bem, toda a sociedade em que vivemos é uma Pirâmide."
2)"Numa empresa normal, as coisas também funcionam em pirâmide. Os de cima ficam com a maior parte dos lucros e os de baixo, a grande maioria, são sempres explorados."
Resposta a estas percepções desvirtuadas da realidade:
1) A sociedade em que vivemos funciona de facto de acordo com uma espécie de pirâmide de classes, embora o conceito de Pirâmide seja aqui manifestamente diferente de um "Esquema de Vendas em Pirâmide", de acordo com as explicações apresentadas mais acima neste artigo.
Um cartoon ilustrativo desta realidade:
Mais: não poderemos nós comparar o sistema de fundos de pensões a um esquema PONZI? podemos claramente: quem está neste momento a descontar para a reforma está na prática a pagar as pensões dos reformados actuais - é inclusivamente tema de debate social a fragilidade financeira dos cofres do Estado - não há dinheiro para pagar a todos .
CONTUDO, há uma lógica inerente a estas estruturas sociais, e que apontam, quero acreditar, para um conceito de ordem e de justiça social. Há algo de BOM e de JUSTO por detrás destes sistemas (embora, sim, haja sempre desvios às normas, trafulhices e desonestidades pelo meio). Não estamos aqui a falar num "Esquema de Vendas em Pirâmide" operado por uma empresa (ou por "pessoas"). Estamos a falar nos alicerces sociais - algo que é necessário, com tudo o que de "bom" e de "mau" isso acarreta. O sistema de pagamento de pensões não é feito para dele ser retirado qualquer lucro - não é uma exploração descaradamente comercial. Se à comparações que só fazem sentido para delas retirarmos conclusões distorcidas, então esta é uma. Não há nenhum legado das artimanhas criminosas do Sr. Ponzi na maneira como o estado gere as pensões.
2) Quanto à comparação de uma Pirâmide com uma empresa normal, três aspectos fazem a diferença entre as duas realidades:
a) Numa empresa normal, ninguém tem de pagar dinheiro para depois o voltar receber, hipoteticamente, mais tarde. Ninguém está em situação perdedora à partida. Há um contrato de trabalho que vincula a empresa a PAGAR, numa base regular, ou a troco de horas por trabalho, um salário ou compensação monetária.
b) Numa empresa normal, ninguém fica a perder dinheiro (ao contrário de numa Pirâmide em que pelo menos 66% fica em situação de prejuizo). Toda a gente recebe um salário. Para receber esse salário é necessário TRABALHAR (algo que na Agel ninguém está interessado em fazer). A divisão do trabalho, e se exceptuarmos as cunhas, é feita de acordo com as competências individuais de cada pessoas, e o rendimento auferido é uma componete directamente relacionada com este aspecto. Mais uma vez, é um sistema JUSTO. Com alguns defeitos, mas JUSTO. Exploração? Sim, há exploração. Muita até, em meu entender. Mas é exploração PAGA. REMUNERADA. Onde está essa remuneração para quem fica nas últimas camadas de uma pirâmide, a alimentar a carteira dos parasitas lá de cima? Fica a pergunta. Por alguma razão os membros das redes de venda directa são apelidado de "Vendedores Não Remunerados" - garantem que o produtos saiam das fábricas e muitos ainda pagam para o fazer...
c) Uma empresa normal comercializa produtos e serviços a clientes terceiros, a pessoas que não trabalham para ela. Não vende/impinge a sua produção aos seus próprios trabalhadores. É dessa forma que gera dinheiro. Numa pirâmide, em contrapartida, temos um sistema essencialmente fechado, com poucas ou nenhumas hipóteses de premiar quem "vende para fora" (porque os produtos são difíceis de vender), em que cada novo inscrito paga comissões a quem já lá está e fica também a fazer parte do processo de compras/consumo.
No livro "As Vinhas da Ira", de John Steinbeck, uma família de agricultores na falência, os Joad, é despojada das suas terras e obrigada a atravessar os Estados Unidos à procura de trabalho e melhores condições de vida, na época da grande depressão. Ao longo de uma penosa jornada que reparte com milhares de outras famílias na miséria, os Joad vão encontrando uma série de locais onde ainda se consegue arranjar trabalho de ocasião, a apanhar fruta das árvores, ou em campos de cultivo, ou a cavar valas no chão. O salário pago ao dia, nesses campos, não chega sequer para alimentar toda a família, mesmo que todos trabalhem. Para piorar a situação, algumas quintas ficam de tal maneira distantes de povoados populacionais que as únicas lojas que disponibilizam comida, e que por acaso pertencem aos proprietários dessas mesmas quintas, vendem os produtos a preços super-inflacionados, acabando por recuperar o dinheiro todo que é pago na labora. Salvaguardando as devidas distâncias, é uma situação que me lembra a Agel, em que para receber comissões um Membro tem de comprar produtos caríssimos à empresa em questão. Não obstante, os Membros seguem estas regras sem tugir nem mugir, como se fosse uma situação perfeitamente normal ("é assim que é feito noutras empresas de MLM", dizem alguns). Para mais de 90% desta gente, os custos com a compra de produtos serão sempre superiores aos ganhos com comissões.
1 - Há uma troca de dinheiro entre um promotor e um interessado - o interessado paga para pertencer a um "negócio" (seja por conta da compra de produtos, seja por conta da compra de serviços, seja por conta de nada em concreto, não faz diferença - o que interessa é a "oportunidade" de explorar uma rede/negócio).
2 - O interessado, agora membro participante no esquema, pode recuperar o dinheiro investido através do recrutamento de outras pessoas. Os novos membros pagam também ao promotor para entrarem no "negócio" e o interessado que os recrutou recebe dinheiro por conta desse recrutamento. Quantos mais membros ele trouxer para a rede, mais comissões recebe e, consequentemente, mais hipóteses tem de recuperar o investimento. A motivação principal para cada membro é conseguir subir acima da linha de prejuizo, e a partir desse momento qualquer nova entrada é lucro limpo.
3 - A rede expande-se sempre na base do "1 para n". Um membro pode recrutar n novos membros, cada um deles por sua vez pode recrutar outros n novos membros, e assim sucessivamente - até ao infinito (sendo que "infinito", nesta situação, significa o muito concreto finito da saturação de mercado). Esquematizando este processo no papel, ficamos com um desnho parecido com uma pirâmide, e daí possivelmente a origem da expressão. Algumas contas rápidas dão para entender que 66% a 99% dos inscritos, conforme a estrutura do esquema, nunca vão ganhar dinheiro nenhum. A maioria perde sempre dinheiro - é uma certeza matemática.
Em resumo simples: uma pirâmide é uma rede para a qual uma pessoa entra de livre vontade e se coloca numa situação inicial de prejuizo. Para recuperar o dinheiro investido, a única hipótese viável/atractiva é recrutar outras pessoas para a rede.
Em torno desta lógica simples, podemos encontrar as mais estrambólicas e esforçadas variações, algumas delas sem qualquer tipo de preocupação e esconder a origem, outras impecavelmente camufladas para que pareçam outras coisas. Algums pirâmides eliminaram inclusivamente o pagamento inicial de adesão (e a consequente comissão ao angariador), embora mais cedo ou mais tarde o aderente seja pressionado a efectuar um pagamento ou uma compra qualquer. O conceito de MLM é aquele que melhor aproveita as potencialidades de uma pirâmide, devido às similaridades existentes entre os dois modelos. Dir-se-ia que foram feitos um para o outro, tal é a perfeição de encaixe. O aproveitamento de um Esquema em Pirâmide como forma de expansão de um MLM introduz bastantes novas variáveis ao sistema, a mais evidente das quais a vinculação dos membros a uma periodicidade regular nas trocas de dinheiro - as compras periódicas de produtos/serviços são uma espécie de mini-ecos repetidos da ideia presente no recrutamento de membros, e o objectivo é superar a linha de prejuízo mensal à conta das compras feitas por um downline volumoso. Os pagamentos mensais por conta de comissões ligadas a compras dos outros membros fazem circular ininterruptamente, periodicamente, o dinheiro das camadas de baixo para as camadas de cima. Quase nunca há financiamento externo resultante de vendas de produtos para fora da rede. Quase sempre os produtos são vendidos aos membros a um valor acima do real e acima dos preços normais praticados no mercado em produtos concorrentes. Por outro lado, a existência de um produto é um disfarce excelente, uma vez que permite: a) elevar a fraude ao nível de um negócio legítimo de "vendas directas", pelo menos em teoria, e b) fazer supor aos membros que adquiriram algo de valor, algo que podem voltar a trocar por dinheiro em caso de opção.
A confusão entre os conceitos de Pirâmide e MLM é natural (e de muito difícil percepção e distinção), uma vez que ambos partilham de várias realidades comuns. Eis as mais importantes:
1 - Em ambos, pode haver recrutamento de novos membros para propagar a rede
2 - Em ambos, pode haver a movimentação de produtos e/ou serviços
3 - Em ambos, é dada a hipótese/oportunidade aos membros de vender esses produtos/serviços a terceiros fora da rede
4 - Em ambos, há um forte incentivo ao consumo desses serviços/produtos.
5 a) - Em ambos, qualquer membro pode ganhar mais dinheiro do que alguém no seu upline, tudo depende dos resultados do esforço e dedicação
5 b) - Em ambos, os membros que tiverem um longo downline estão, à partida, em condições de fazer mais dinheiro do que os que não tiverem, visto que...
6 - Em ambos, podem ser ganhas comissões relativas a transacções comercias feitas por outros membros - tipicamente membros do downline. Quanto mais volumoso for o donwline, mais hipóteses há de ganhar dinheiro indirectamente, por acções de terceiros.
Num esquema em pirâmide com produtos/serviços,
1) as vendas para dentro da rede,
e/ou
2) a aquisição obrigatória de uma quantidade injustificada de produtos/serviços (inventory-loading),
e/ou
3) o ter de se pagar (através da compra de produtos) para receber as devidas comissões (pay-to-play),
são os três factores indicativos mais importantes para identificar a falta de legitimidade do negócio .
(poder-se-á juntar ainda um outro factor a este lote: a (im)possibilidade de recuperar o dinheiro investido através da desistência de participação no esquema).
Ao longo da história de casos judiciais em que o assunto "pirâmide ou MLM" foi abordado, quase sempre a disputa foi centrada em torno destas questões particulares. Quando, pelo contrário, houver uma filosofia concreta e real de venda de produtos a terceiros fora da rede (não pertencentes ao esquema), com as respectiva comissões a acompanhares esse acto concreto, o negócio é lícito. É a chamada Venda Directa. Esta subtileza pode ser percepcionada no ênfase que é dado ao recrutamento de novos membros, em detrimento da vontade em vender produtos a terceiros.
Numa analogia simples entre um Esquema em Pirâmides sem produtos e um Esquema em Pirâmide com produtos podemos observar o seguinte: a) o que faz expandir a rede numa pirâmide sem produtos é a impossibilidade física em vender o que quer que seja para fora da rede - como não há produtos ou serviços comercializáveis, o único escape para ganhar dinheiro é recrutar pessoas; b) o que faz expandir a rede numa pirâmide com produtos é a falta de atractividade na venda de produtos (por factores que sejam: o preço final dos produtos, pouco competitivos face à concorrência, a falta de atractividade da actividade de "vendas" em si, e o desequilíbrio concreto no plano de compensações da empresa, que pode premiar muito mais factores "não decorrentes das vendas", ou outros), apesar de HAVER essa hipótese à mesma. À semelhança da Pirâmide sem produtos, não há movimentação de nada para fora da rede, e os membros dedicam a maior parte das suas energias a atrair outros membros para a rede (que consequentemente originarão comissões e bónus decorrentes das suas compras).
Portanto, na prática o processo de ganhos de bónus e a ênfase dada ao recrutamento pouco diferem de um para outro modelo. Em ambos os casos, não há vendas para fora da rede e toda a gente dedica esforços para recrutar mais membros.
Nos últimos anos, a FTC tem conseguido encerrar algumas grandes companhias de MLM, sob a acusação de serem pirâmides. Segundo uma carta dirigida à DSA em 2004, a FTC determina, como factor indicativo mais importante para identificar uma pirâmide, a compra de produtos por parte dos membros apenas por razões de recebimento de comissões (o tal pay-to-play). Enquanto teoricamente - a nível de percepção do cerne do problema - esta abordagem me pareça bastante correcta e sensata, na prática não há maneira de a implementar. Como raio podemos provar que os membros de determinada companhia adquiriram determinados produtos só para poderem ter acesso ao plano de compensações? Como podemos provar que não foi por simples vontade de consumo desses produtos? A este respeito, a lei portuguesa (o Decreto-lei 143/2001, artigo 27º) é muito mais radical: considera que qualquer desconto obtido por conta de vendas a terceiros é sinónimo de pirâmide, sem especificar quaisquer razões. Pena é não haver vontade de a aplicar na prática...
Alguns exemplos de Esquemas Piramidais:
1 - Pirâmides Sem Produtos
http://www.diarioleiria.pt/4105.htm
Vejam só a argumentação do tipo que falou com os jornalistas...
"O Diário de Leiria contactou um elemento da empresa, que negou a ilegalidade, alegando que a estrutura está sediada em Espanha, onde um "buraco" na legislação permitirá a actividade, mas admitiu que o recrutamento e as acções de formação ocorrem em Portugal. «As pessoas aderem livremente, não há qualquer tipo de coacção sobre ninguém. Não há qualquer tipo de má fé», garantiu, citando a existência de cinco dezenas de empresas em Portugal a utilizar o método pirâmide.
Mais do que discussão em torno da legalidade, o nosso interlocutor faz um apelo em relação ao lado humano da situação.
«Era terrível se a notícia saísse neste momento. As pessoas que entraram esta semana vão ficar sem o dinheiro», diz, acrescentando que há pessoas que conseguem, por esta via, obter verbas que as ajudam a superar dificuldades do quotidiano."
As pessoas que entraram esta semana vão ficar sem o dinheiro??? ENTÃO E AS OUTRAS QUE VIEREM A SEGUIR - e que, exponencialmente, serão muitas mais??????? Então e pensar em devolver o dinheiro a essas pessoas que "vão ficar sem ele"?????
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Outro caso:Um caso mais recente em Portugal, ainda a decorrer (17/06/2008), o "Jogo da Bolha":
Notícia no:
- Sol
- Diário de Notícias
- Correio de Manhã.
Este caso tem a particularidade de ser organizado pelos próprios participantes no esquema. Não há nenhuma empresa com interesses financeiros por detrás...
2 - Uma Pirâmide Com Produtos
O caso da Equinox, alguns tópicos para considerção:
- Empresa Norte Americana de Marketing Multinível, comercializava produtos de saúde, beleza, e a ainda filtros de água.
- Fundada em 1991.
- Conheceu um crescimento astronómico na primeira metade dos anos 90.
- Acima de 40000 distribuidores.
- Considerada pela revista INC a empresa privada de mais rápido crescimento em 1996, encabeçando uma lista das "500 mais".
- A taxa efectiva de crescimento, entre 1991 e 1996 foi de 35000%.
- Membro da DSA (Direct Selling Association).
- Alvo de um processo judicial combinado em oito estados diferentes nos Estados Unidos, 1999.
- A acusação: Esquema em Pirâmide - a rede gerava dinheiro não a partir das vendas dos produtos, mas sim de um infindável processo de recrutamento, em que os novos recrutas eram incitados a comprarem grandes quantidades de produtos, a um preço elevado; para além disso, a empresa foi acusada de falsear os rendimentos previstos dos distribuidores.
- Alegou em sua defesa tratar-se de um negócio "tal como o da Amway".
- Fechada pela Federal Trade Commission em 2000, e obrigada a pagar uma compensação de $40.000.000, a distribuir por todas as vitimas da fraude.
Mais informações: aqui.
--
Não quero tirar conclusões precipitadas a partir deste exemplo. Não serve para provar que a Agel é uma empresa igual - e por consequência ilegal (tal como o raciocínio de "somos como a Amway" não serviu para ilibar a Equinox aos olhos da justiça). Serve apenas para provar que o MLM e os esquemas em pirâmide podem coabitar na mesma realidade empresarial. Serve também para provar que o "ser membro da DSA" não é argumento válido para justificar a legitimidade de um qualquer modelo de MLM.
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- Fundada em 1991.
- Conheceu um crescimento astronómico na primeira metade dos anos 90.
- Acima de 40000 distribuidores.
- Considerada pela revista INC a empresa privada de mais rápido crescimento em 1996, encabeçando uma lista das "500 mais".
- A taxa efectiva de crescimento, entre 1991 e 1996 foi de 35000%.
- Membro da DSA (Direct Selling Association).
- Alvo de um processo judicial combinado em oito estados diferentes nos Estados Unidos, 1999.
- A acusação: Esquema em Pirâmide - a rede gerava dinheiro não a partir das vendas dos produtos, mas sim de um infindável processo de recrutamento, em que os novos recrutas eram incitados a comprarem grandes quantidades de produtos, a um preço elevado; para além disso, a empresa foi acusada de falsear os rendimentos previstos dos distribuidores.
- Alegou em sua defesa tratar-se de um negócio "tal como o da Amway".
- Fechada pela Federal Trade Commission em 2000, e obrigada a pagar uma compensação de $40.000.000, a distribuir por todas as vitimas da fraude.
Mais informações: aqui.
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Não quero tirar conclusões precipitadas a partir deste exemplo. Não serve para provar que a Agel é uma empresa igual - e por consequência ilegal (tal como o raciocínio de "somos como a Amway" não serviu para ilibar a Equinox aos olhos da justiça). Serve apenas para provar que o MLM e os esquemas em pirâmide podem coabitar na mesma realidade empresarial. Serve também para provar que o "ser membro da DSA" não é argumento válido para justificar a legitimidade de um qualquer modelo de MLM.
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3 - Uma Pirâmide por e-mail (uma chain-letter)
Recebi no outro dia, de uma estimável leitora minha (a senhorita Cleopatra, a quem muito agradeço), um exemplo de um Esquema em Pirâmide por e-mail. O processo é simples: a mensagem traz uma lista de seis nomes e de seis respectivos NIB's, e pede-nos para depositarmos 1€, por transferência bancária, a cada uma dessas seis pessoas listadas; depois, o que temos de fazer é apagar o primeiro nome da lista, adicionarmos o nosso próprio nome no final, e enviarmos o e-mail para uma série de 50 (ou mais) outros contactos.
Junto com esta mensagens, vem um texto daqueles da treta ("uma história real"), a explicar como o tipo que teve a ideia estava quase na miséria quando se lembrou desta artimanha, e como alguns meses depois já tinha a casa paga e andava de carro de luxo. Vem também uma clarificação detalhada dos cálculos do mecanismo, incluindo o total final de ganhos previstos, soma que ascende a alguns milhares de euros - por apenas 6€ de investimento. Engenhoso.
Eis uma explicação mais detalhada destes esquemas manhosos aqui .
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E eis uma acta do parlamento de New South Wales, Autrália, sobre uma interessante discussão em torno do assunto "Pirâmides", datada de 1999.
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Ponzis
Os Esquemas Ponzi são frequentemente confundidos com Esquemas em Pirâmide, com os quais repartem algumas afinidades duvidosas - a necessidade de trazer mais pessoas para a rede, em ordem a sustentar os ganhos dos que já lá estão, por exemplo, e a elevada percentagem de lesados no final da rede. Há quem defenda que são uma variação muito específica dentro dos Esquemas em Pirâmide, uma posição que é válida de certa forma, mas em todo o caso irrelevante: continua a haver diferenças específicas que permitem uma diferênciação. O factor essencial que os distingue de uma Pirâmide é a ligação que (não) se estabelece entre os membros inscritos. Num Esquema em Pirâmide, os membros recrutam-se uns aos outros e ganham dinheiro com isso ou dai derivado; num Ponzi todos os membros reportam directamente à entidade promotora e é com ela que fazem negócio - não há uma interacção comercial de membro para membro, embora possa haver avisos de chamamento para a rede. Uma outra diferença grande pode ser apontada para esclarecer os conceitos: num Ponzi, o dinheiro é investido pensando que irá ser devolvido com juros, sem que nenhuma acção seja requerida em troca - bastará, hipoteticamente, esperar que o tempo passe para que o dinheiro cresça; numa Pirâmide, o dinheiro investido inicialmente é dado como perdido definitivamente, e, para o recuperar, uma pessoa terá de recrutar outras pessoas - terá de "trabalhar" para que isso aconteça. Num Ponzi, ninguém perde dinheiro até que o esquema estoire, e nessa altura toda a gente que não o tenha levantado ficará irremediavelmente sem ele.
Os esquemas Ponzi são assim conhecidos em "homenagem" ao primeiro golpe mediático do género, arquitetado pelo próprio Charles Ponzi, nos Estados Unidos, anos 20. A ideia era invulgarmente simples e atractiva: o Sr. Ponzi oferecia um serviço de pagamento de juros que permitia duplicar o investimento em cerca de 90 dias (não estou a brincar!). Por outras palavras, eu dirigia-me ao balcão da agencia do Sr. Ponzi, depositava 500€, tal como se fosse num banco, e ao fim de 90 dias teria um valor acumulado de 1.000€ à minha espera. Outro atractivo deste negócio era o re-investimento: grande parte dos interessados via com bons olhos a hipótese de não recolher do dinheiro, pois a cada 90 dias o bolo duplicava.
O problema do esquema, obviamente, era a impossibilidade de gerar uma taxa de juro tão alta. O Sr. Ponzi não tinha à sua disposição nenhum mecanismo de investimento de retorno que lhe garantisse a sustentabilidade das promessas que fazia. O Sr. Ponzi pegava no dinheiro que as últimas pessoas lhe tinham entregue como investimento e pagava com ele os juros daqueles que já lá estavam há mais tempo, tirando pelo meio uma notas para seu gozo pessoal. Como consequência, não havia maneira de pagar a toda a gente em caso de necessidade efectiva. O esquema acabou por ser questionado publicamente, levando a uma corrida desenfreada aos escritórios do Sr. Ponzi: todos desejavam levantar o dinheiro ao mesmo tempo. Incrivelmente, o Sr. Ponzi conseguiu dessa vez pagar as dívidas. A queda, contudo, foi inevitável e o homem acabou na cadeia depois várias tentativas de prisão e de um processo ultra-meditático.
O resto da história é melhor lerem por vós:
http://home.nycap.rr.com/useless/ponzi/
http://www.mark-knutson.com/
Cá em Portugal temos dois casos sobejamente conhecidos de esquemas Ponzi: o da D. Branca, a banqueira do povo, e, mais recentemente, o da Afinsa/Fórum Filatélico, que só era a terceira maior empresa mundial de activos não financeiros. Nos dois casos, as contas sairam furadas aos promotores do negócio, que à semelhança do Sr. Ponzi, acabaram a ver o sol atrás das grades.
Enquanto que no caso da D. Branca apenas havia um serviço por detrás do negócio - a prestação de juros (10% todos os meses, contra os 100% em três meses do Sr. Ponzi):
Reportagem no Correio da Manhã
(nota: o link por vezes é teimoso de funcionar - como todos os do Correio da Manhã. Caso dê problemas, copiem-no e coloquem-no directamente na barra do browser)
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... no caso da Afinsa e do Fórum Filatélico, e para além dos juros (6% ao ano), o negócio envolvia uma contrapartida em selos, que supostamente teriam um valor de mercado concreto (um valor falso, como se veio a descobrir mais tarde, 10x inferior ao real!), e que funcionavam como aval de garantia para o investidor:
http://www.thinkfnwiki.com/wikibolsa/Afinsa
(nota: o link acima substitui o link directo para a wikipedia, que por força de ser uma plataforma de livre edição por toda a gente, está sujeita a deturpações e a cortes por parte de interesses vários. Podem comparar este efeito indesejado, por exemplo, nos links (não) fornecidos no final do artigo existente nessa enciclopédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Afinsa)
Reportagem no Correio da Manhã
(nota: o link por vezes é teimoso de funcionar - como todos os do Correio da Manhã. Caso dê problemas, copiem-no e coloquem-no directamente na barra do browser)
Discussão sobre o caso no Fórum "Think Finance"
E o caso continua, em 2008, a tentar arranjar uma solução para os lesados...
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Mas de longe o meu esquema Ponzi "favorito" foi o PIPS, um sistema fraudulento originário na Malásia, lançado a nível mundial (Portugal incluído) que, em troca de um modesto investimento, prometia uma taxa de juro de 2% ao dia(!!!), e que durou uns dois ou três anos até "crashar" - deixando alguns milhares de lesados um pouco por todo o mundo.
Podem ler uma espécie de resumo da história no seguinte link (15 páginas de comentários), uma vez que os sites originais já há muito que desapareceram:
Thread no Fórum "Think Finance"
Outra thread no Fórum "Think Finance" (inglês, 169 páginas)
Os comentários apresentados pelos defensores do PIPS lembram-me em tudo os comentários dos Ageis mais ferrenhos - uma história a ler com atenção. Às páginas tantas há alguém a perguntar se achavam possível que 170.000 pessoas em todo o mundo estivessem a ser enganadas sem que ninguém desse por nada. Como se veio a provar mais tarde, a resposta era "SIM". O último comentário colocado na thread portuguesa consegue, contudo, ser bastante dramático e arrepiante...
Mais informações sobre o PIPS, aqui.
Outras Aves Raras - e as suas tentativas de explicar a realidade, ilibando a Agel pelo caminho...
Eis alguns argumentos frequentemente utilizados para defender o esquema da Agel:
1) "Se formos ver bem, toda a sociedade em que vivemos é uma Pirâmide."
2)"Numa empresa normal, as coisas também funcionam em pirâmide. Os de cima ficam com a maior parte dos lucros e os de baixo, a grande maioria, são sempres explorados."
Resposta a estas percepções desvirtuadas da realidade:
1) A sociedade em que vivemos funciona de facto de acordo com uma espécie de pirâmide de classes, embora o conceito de Pirâmide seja aqui manifestamente diferente de um "Esquema de Vendas em Pirâmide", de acordo com as explicações apresentadas mais acima neste artigo.
Um cartoon ilustrativo desta realidade:
Conforme as camadas, de cima para baixo: "CAPITALISMO; Nós mandamos em si; Nós enganamo-lo; Nós disparamos contra si; Nós comemos por si; Nós trabalhamos por todos e alimentamos todos."
Mais: não poderemos nós comparar o sistema de fundos de pensões a um esquema PONZI? podemos claramente: quem está neste momento a descontar para a reforma está na prática a pagar as pensões dos reformados actuais - é inclusivamente tema de debate social a fragilidade financeira dos cofres do Estado - não há dinheiro para pagar a todos .
CONTUDO, há uma lógica inerente a estas estruturas sociais, e que apontam, quero acreditar, para um conceito de ordem e de justiça social. Há algo de BOM e de JUSTO por detrás destes sistemas (embora, sim, haja sempre desvios às normas, trafulhices e desonestidades pelo meio). Não estamos aqui a falar num "Esquema de Vendas em Pirâmide" operado por uma empresa (ou por "pessoas"). Estamos a falar nos alicerces sociais - algo que é necessário, com tudo o que de "bom" e de "mau" isso acarreta. O sistema de pagamento de pensões não é feito para dele ser retirado qualquer lucro - não é uma exploração descaradamente comercial. Se à comparações que só fazem sentido para delas retirarmos conclusões distorcidas, então esta é uma. Não há nenhum legado das artimanhas criminosas do Sr. Ponzi na maneira como o estado gere as pensões.
2) Quanto à comparação de uma Pirâmide com uma empresa normal, três aspectos fazem a diferença entre as duas realidades:
a) Numa empresa normal, ninguém tem de pagar dinheiro para depois o voltar receber, hipoteticamente, mais tarde. Ninguém está em situação perdedora à partida. Há um contrato de trabalho que vincula a empresa a PAGAR, numa base regular, ou a troco de horas por trabalho, um salário ou compensação monetária.
b) Numa empresa normal, ninguém fica a perder dinheiro (ao contrário de numa Pirâmide em que pelo menos 66% fica em situação de prejuizo). Toda a gente recebe um salário. Para receber esse salário é necessário TRABALHAR (algo que na Agel ninguém está interessado em fazer). A divisão do trabalho, e se exceptuarmos as cunhas, é feita de acordo com as competências individuais de cada pessoas, e o rendimento auferido é uma componete directamente relacionada com este aspecto. Mais uma vez, é um sistema JUSTO. Com alguns defeitos, mas JUSTO. Exploração? Sim, há exploração. Muita até, em meu entender. Mas é exploração PAGA. REMUNERADA. Onde está essa remuneração para quem fica nas últimas camadas de uma pirâmide, a alimentar a carteira dos parasitas lá de cima? Fica a pergunta. Por alguma razão os membros das redes de venda directa são apelidado de "Vendedores Não Remunerados" - garantem que o produtos saiam das fábricas e muitos ainda pagam para o fazer...
c) Uma empresa normal comercializa produtos e serviços a clientes terceiros, a pessoas que não trabalham para ela. Não vende/impinge a sua produção aos seus próprios trabalhadores. É dessa forma que gera dinheiro. Numa pirâmide, em contrapartida, temos um sistema essencialmente fechado, com poucas ou nenhumas hipóteses de premiar quem "vende para fora" (porque os produtos são difíceis de vender), em que cada novo inscrito paga comissões a quem já lá está e fica também a fazer parte do processo de compras/consumo.
No livro "As Vinhas da Ira", de John Steinbeck, uma família de agricultores na falência, os Joad, é despojada das suas terras e obrigada a atravessar os Estados Unidos à procura de trabalho e melhores condições de vida, na época da grande depressão. Ao longo de uma penosa jornada que reparte com milhares de outras famílias na miséria, os Joad vão encontrando uma série de locais onde ainda se consegue arranjar trabalho de ocasião, a apanhar fruta das árvores, ou em campos de cultivo, ou a cavar valas no chão. O salário pago ao dia, nesses campos, não chega sequer para alimentar toda a família, mesmo que todos trabalhem. Para piorar a situação, algumas quintas ficam de tal maneira distantes de povoados populacionais que as únicas lojas que disponibilizam comida, e que por acaso pertencem aos proprietários dessas mesmas quintas, vendem os produtos a preços super-inflacionados, acabando por recuperar o dinheiro todo que é pago na labora. Salvaguardando as devidas distâncias, é uma situação que me lembra a Agel, em que para receber comissões um Membro tem de comprar produtos caríssimos à empresa em questão. Não obstante, os Membros seguem estas regras sem tugir nem mugir, como se fosse uma situação perfeitamente normal ("é assim que é feito noutras empresas de MLM", dizem alguns). Para mais de 90% desta gente, os custos com a compra de produtos serão sempre superiores aos ganhos com comissões.
16 comentários:
Olá.
Cadê o pessoal da Agel?
Desistiram do negócio? Andam sumidos de nossos blogs.
Abraço.
Gap,
O pessoal da Agel já reparou que não tem argumentação credível para refutar as nossas opiniões, creio.
Há uns tempos atrás, e em determinado site, alguém da Agel referia precisamente o contrário: "Então? Os detractores da Agel, onde andam eles?"
Gap, vou enviar um e-mail para o Barry Minkow. Gostava de saber se vocês já falaram com ele a propósito da tradução do documentário - e se posso mencionar isso na mensagem.
Cumprimentos,
Pedreo
Olá.
Não falei nada sobre traduções com ele, somente vou enviar algumas perguntas a ele sobre as investigações na Herbalife.
abraço.
Vocês falam falam falam... e... nada!!!! Não acontece nada! É ilegal... blá blá blá... e é crime... blá blá blá
Ó PM escreves muita palha... é possivel fazeres um resumo (meia duzia de linhas no máximo) qual é o problema da Agel, ou o que não é correcto?
É que desde que comecei a ler o que escreves, no inicio do teu blog, disseste muitas asneiras e provaste não saber sequer como funciona o negócio da Agel. E agora que já deves saber... penso eu... porque estás sempre a falar.
Cumps
Viva, anónimo.
É verdade que escrevo muita palha, e que por vezes não vou directo às questões fundamentais, mas olhe, azar, é um defeito que tenho, prefiro explorar os assuntos de todas as vertentes que me lembro, e tocar em todos as apectos que considero relevantes, e explicar tudo de forma detalhada, de forma a ter a certeza de que não sou mal compreendido.
A ideia de escrever um resumo já me tinha ocorrido, e o Sr. vem agora dar-me um incentivo adicional para o fazer. Aviso-o desde já que meia dúzia de linhas não chegam para conter as trafulhices todas do esquema Agel, e que portanto, a lista-resumo vai chegar perto das 50, ou até mesmo 100 linhas.
Disse muitas asneiras? A sério? Pelas minhas contas não passaram de três ou quatro (uns certos 8% no plano de comissões, um site que julguei ser oficial da Agel, e uma abordagem errada à obrigatoriedade nos pagamentos mensais) - que admito, e que ocorreram no início da divulgação dest blog.
De facto, agora já sei EXACTAMENTE de que é que estou a falar, ao contrário de muitas pessoas que já são membros da Agel, e que continuam sem enxergar o que se está a passar.
Vamos fazer o seguinte: como a sua mensagem é COMPLETAMENTE VAGA em termos de acusações, convido-o a expor aqui, para que todos possamos avaliar, aquilo que acha que está errado nas minhas afirmações. Comprometo-me a discutir consigo tópico a tópico, a admitir os meus erros quando os houver, e a corrigir os seus quando os houver. Combinado?
Fico a aguardar uma resposta sua.
(caso não o faça, é óbvio que vou considerar que as suas palavras são ocas, e que não passam de mais um ataque inconsequente e mesquinho).
Cumprimentos,
Pedro
Ao PM:
Antes demais queria lembrar-te que não tens qualquer legitimidade nem autoridade para considerar~ou dar significado às posições das pessoas.
Aceito a tua sugestão, mas ao contrário faz lá o teu resumo que vou dizer-te ponto por ponto onde tens estado a mentir às pessoas, e concerteza ao contrário do que é costume vais assumir os teus erros.
O que achas?
Cumps
"Antes demais queria lembrar-te que não tens qualquer legitimidade nem autoridade para considerar~ou dar significado às posições das pessoas."
>>> Ah não? E para questionar a legitimidade de um negócio que me foi proposto? Também não tenho? Não é meu (NOSSO) dever investigar uma situação que não conheço (conhecemos)? É entrar às cegas e depois ver o que dá? Não tenho legitimidade para oferecer uma opinião FUNDAMENTADA acerca de uma situação que considero fraudulenta, desonesta, mentirosa, e ILEGAL?
Tenho tanta legitimidade como qualquer outra pessoa, incluindo todas aquelas que dizem que a Agel não é uma pirâmide e depois mentem à descarada quando é necessário apresentar fundamentos. Tenho direitoa uma opinião tal como o Sr. o tem ao dizer que não tenho.
---------------
"Aceito a tua sugestão, mas ao contrário faz lá o teu resumo que vou dizer-te ponto por ponto onde tens estado a mentir às pessoas, e concerteza ao contrário do que é costume vais assumir os teus erros.
O que achas?"
> Acho piada à proposta. "Aceito a tua sugestão, mas em vez de ser eu a fazer o trabalho, podes fazê-lo tu". Como já referi, está nos meus planos. Não é uma prioridade, pois tenho ainda muita coisa para divulgar antes de avançar para a lista.
Nos entretantos, o Sr. pode ir refutando tudo aquilo que achar que está incorrecto neste blog. Não me importo nada de ir respondendo.
Cumprimentos.
(a)
Bom dia,
Caso ainda não tenha visitado este, aqui fica a sugestão: http://www.smileatagel.com/?gclid=CMPy_cufm5ECFSUVEAoduW3ZtQ
As novidades são o cartão visa AGEL (cartão de débito/crédito(?) com taxas muito competitivas e sem verificação de crédito;)), a newsletter n.º 1 traduzida para português e a campanha que começa no dia 1, com «mais 5 bónus de compensação para pacotes executivos apenas.» - vale a pena ler...
Os interessados também poderão adquirir o dvd Change is good (presumo que em inglês), pela módica quantia de 10€ cada pack de 10 unidades... E alugar «Datashow»...
Enfim, um site muito completo, estou abismada!
Até podemos encontrar os contactos que a maior parte dos membros desconhece, pelos vistos também com um novo contacto previlegiado em Portugal:
«Resolução de problemas:
Para a resolução dos problemas, há que contactar o serviço de apoio ao cliente da Agel.
Aqui vão alguns emails específicos.
gtipps@agel.com (Gene Tipps para problemas de produto)
afowler@agel.com (Ashley Fowler para problemas com comissões, autoships falhados, etc)
dfowler@agel.com (Dany Fowler para problemas com comissões, autoships falhados, etc)
bmalan@agel.com (Blake Malan, para problemas com comissões, atoships, falhados, etc)
edina@agel.com
Tchant@agel.com
cseurope@agel.com
Para Portugal:
marina carvalho /europe customer service / agel enterprises
direct / 801 / 563 / 3366
email / marina@agel.com
fax / 801 / 802 / 0653»
Incrível, também, é a argumentação no link: Mães Agel... sem comentários.
Aproveite para ler a notícia alusiva ao FXL publicada sexta-feira passada no Destak (Imprensa - notícias) e, já agora, espreite também a zona dos "certificados":
«A Agel encontra-se em conformidade com a Asae, permitindo que os
produtos sejam consumidos pelos portugueses e comercializado através da
venda a retalho(venda essa que só será possivel quando o produto for
oficialmente lançado na Europa, o que para isso a Agel apenas terá de
colocar toda a informação no próprio produto em lingua portuguesa).»
Mas, afinal, pode vender-se a retalho, ou não?
As F.A.Q. também estão muito explícitas... Estou mesmo impressionada, principlamente com algumas respostas:
«Qual a dimensão que a AGEL irá assumir em Portugal?
Os estudos apontam para meio milhão de membros em Portugal.
Neste momento existem cerca de cinco mil membros.
Tenho que colocar novos membros todos os meses?
Não. Na AGEL™ não há obrigatoriedade de colocar um "x" número de novos membros, no entanto, aconselha-
se a colocação de 4 pessoas.
A colocação de novos membros para além de ser a base da sua equipa, proporcionará o ganho do bónus
inicial que é bastante atractivo.
Só posso recrutar pessoas de Portugal?
Não. No seu negócio AGEL™ poderá recrutar pessoas de qualquer país onde a AGEL™ esteja presente,
porque a gestão do negócio é integralmente efectuada online. Esta é outra das grandes vantagens em
relação a outros negócios existentes no mercado e que apenas permitem adicionar pessoas no País de
residência.»
Ah, então há recrutamento...
Haja paciência, Pedro...
Continue o bom trabalho e, p.f., não desanime!
Cumps.
Viva,
Obrigado pelas notícias.
Já conhecia a maior parte das novidades (essa do cartão de crédito já estava na área online dos membros desde há uns tempos, mas mesmo assim fiquei surpreendido com algumas coisas:
- Começam a ser lançados os primeiros produtos apenas de marketing, material promocional (as chamadas "tools" na Amway), e que apenas servem para a Agel ganhar dinheiro à pala dos inscritos na cadeia - bem que podiam disponibilizar tudo gratuitamente na net, mas não, tem de vir em DVD... enfim.
- A área das "mães" é mais um apelo publicitário de baixa honestidade - aparenta boas intenções, mas na prática é golpe de marketing.
Acaso alguém sabe o que passa uma mãe quando está em casa a recuperar de um parto? O que uma recem-mãe precisa mais é de descanso e de arejo, não é de mais preocupações e ansiedades com um negócio feito à base contactos.
Tudo serve para trazer mais peixes à rede.
Cumprimentos,
Pedro
Já suspeitava que a Agel daria um jeito de ganhar dinheiro com materiais "motivacionais", pois o sr. Randy Gage tem até uma loja na internet pra vender isso, www.randygage.com .
Isso me cheira outra Amway.
òtimo artigo!! Uma pena eu não ter conseguido visualizar os cartoons.
Mais "lUjinhas" de material promocional? Os pilares desses esquemas que tendem a uma pirâmide sempre são semelhantes. É muito engraçado isso!!
O erro do Pedro, como comunista que é ou parece ser (nada contra - gosto de sindicatos), é querer comparar a agel com um emprego.
Não é. Nunca será. Impossivel.
A entrada para a Agel, ou outra, pode ter defeitos, mas tem qualidades. Se quer comparar, tem que comparar com montar um negócio.
Por exemplo, diz que há pessoas que perdem dinheiro. Sei que há, pois já estive em vários negócios mlm. Mas o que é mau, é se perdem dinheiro com mentiras, e porcarias desnecessarias. Porque perder dinheiro ou ganhar, com um negócio, é normal. E sabe qual a percentagem de pessoas que perdem dinheiro com os negócios que montam ? Muito maior e mais elevadas quantidaddes que nos mlms .
Conheci pessoas, que vieram de negócios "Normais", para mlms. Conheci pessoas que ficaram desempregadas e se safaram bem em mlms. Ainda conheço ambos os casos.
Conheci quem enganasse no mlm. Sei que há firmas que enganam descaradamente, e a agel não parece ser uma delas.
Conheci ainda agora, uma pessoa que perdeu milhares de euros, ao tentar ter um negócio normal . Foi enganada por revendedores(as). Foi roubada por uma funcionária.
Foi acima de tudo, enganda a certa altura por ela própria.
Certo, o melhor é ter um grande emprego, certo, com ordenado certo, mas isso não existe e cada vez menos.
Acho que muitas despesas do mlm, aprendi também comigo, podem ser reduzidas. Mas dizer que 10 DVDs a 10 euros é caro, é no minimo estupido, e vontade de dizer mal. Lucram quanto ? 5 Euros ? Se venderem 100 são 500 euros, e nem calcula o trabalho que isso dá.
Por tudo isso, ou está no mau caminho, ou realmente parece ter algo contra a agel.
E note, que mais gente vai gostar do que escrevo aqui, do que o pedro alguma vez escreveu. Estou a ser sincero.
E muitos da agel, vão gostar, também... e nem sou agel, estou a pensar em ser.
Tem defeitos ? Olhe, arranje melhor.
Faça algo util.
meu mail
oportunidade1 @hotpop.com
Caro "talvez futuro piramidista",
Comentando os seus comentários:
"O erro do Pedro, como comunista que é ou parece ser (nada contra - gosto de sindicatos), é querer comparar a agel com um emprego."
>> Meu caro, o Sr. conseguiu em um só parágrafo esclarecer algo que eu não consegui em toda a minha vida. Já sei em quem vou votar nas próximas eleições, acabaram-se as dúvidas. Eu sabia que o ser do Benfica era prenúncio de algo mais...
Comparar a Agel a um emprego é o que toda a gente faz, tanto de um lado da barricada como do outro. Eu estou só a tentar responder às vossas comparações - apontanto as diferenças maiores.
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"Não é. Nunca será. Impossivel."
>> Meu caro, tudo nesta vida é comparável, nem que seja para dizer que "não tem nada a ver".
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A entrada para a Agel, ou outra, pode ter defeitos, mas tem qualidades. Se quer comparar, tem que comparar com montar um negócio.
Por exemplo, diz que há pessoas que perdem dinheiro. Sei que há, pois já estive em vários negócios mlm. "
>> Não são só "pessoas que perdem dinheiro", são mais de 90% das pessoas que perdem dinheiro. Pelo menos na Agel, e se não venderem o produto, esse panorama é certo.
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Mas o que é mau, é se perdem dinheiro com mentiras, e porcarias desnecessarias. Porque perder dinheiro ou ganhar, com um negócio, é normal. E sabe qual a percentagem de pessoas que perdem dinheiro com os negócios que montam ? Muito maior e mais elevadas quantidaddes que nos mlms ."
>> Será que me pode mostrar a(s) estatística(s) que lhe permitiram tirar essa conclusão? Estou mortinho para as ver.
--------------
Conheci pessoas, que vieram de negócios "Normais", para mlms. Conheci pessoas que ficaram desempregadas e se safaram bem em mlms. Ainda conheço ambos os casos.
Conheci quem enganasse no mlm. Sei que há firmas que enganam descaradamente, e a agel não parece ser uma delas."
>> A Agel, a meu ver, engana descaradamente as pessoas, tanto que muitas nem sabem interpretar o que são os conceitos base do negócio, de tal forma a informação está baralhada. A Agel, para mim, é uma empresa hipócrita.
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"Conheci ainda agora, uma pessoa que perdeu milhares de euros, ao tentar ter um negócio normal . Foi enganada por revendedores(as). Foi roubada por uma funcionária.
Foi acima de tudo, enganda a certa altura por ela própria.
Certo, o melhor é ter um grande emprego, certo, com ordenado certo, mas isso não existe e cada vez menos.
>> O facto dessa realidade ser como é (horrível), não apaga o facto da Agel ser como é (desonesta, ilegal, hipócrita).
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"Acho que muitas despesas do mlm, aprendi também comigo, podem ser reduzidas. Mas dizer que 10 DVDs a 10 euros é caro, é no minimo estupido, e vontade de dizer mal. Lucram quanto ? 5 Euros ? Se venderem 100 são 500 euros, e nem calcula o trabalho que isso dá."
>> E se venderem 100.000? Quanto é que isso dá? (em quantos países está a Agel?).
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"Por tudo isso, ou está no mau caminho, ou realmente parece ter algo contra a agel."
>> Tenho algo contra tudo o que é desonesto. É um defeito meu, de certeza.
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"E note, que mais gente vai gostar do que escrevo aqui, do que o pedro alguma vez escreveu. Estou a ser sincero."
>>> Eu também estou a ser sincero, caso não tenha reparado.
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"E muitos da agel, vão gostar, também... e nem sou agel, estou a pensar em ser.
Tem defeitos ? Olhe, arranje melhor.
Faça algo util."
>> Estou-me a esforçar verdadeiramente por fazer algo útil, algo que será infinitamente mais útil que ingressar na Agel.
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Será que tudo o que leu neste site não lhe diz nada?
O Sr. já esteve noutras companhias de MLM. O que é que correu mal? Porque é que está a pensar na Agel em particular (será pode "não ter de vender nada a ninguém"?).
Cumprimentos.
E isto é o quê?
(obrigado de antemão)
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(en español)
Caro anónimo,
Parece-me um Ponzi. As taxas anunciadas nos planos 1, 2 e 4 são elevadas de mais para poderem ser garantidas de futuro.
Mais: a frase que colocou na sua mensagem parece dizer tudo:
"Everything about investments is very well explained. This is a safe target! Don't try it if you don't understand it."
Porque é que eles dizem, numa frase, "Isto é um alvo seguro", e logo a seguir avisam para "não tentarmos se não entendermos"? Parece uma contradição. Se é seguro, então nem sequer temos de entender nada, pois não?
É uma frase chamariz...
Quando isto estoirar, todo o dinheiro não levantado pelos investidores ficará perdido.
Cumprimentos.
Alguém poderia me falar sobre a "ATLANTIDA NETWORK"...que trabalha com esquema de piramide...
?????
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